De um lado a história eurocêntrica dos colonizadores ensinadas nas instituições de ensino brasileiras, do outro a cultura africana que é omitida aos estudantes. Eis o reflexo do ensino brasileiro, que embora tenha avançado, ainda há herança da colonização que insiste em rebaixar a história dos negros que originaram o povo brasileiro, perpetuando a discriminação. Apesar de obrigatório o ensino de história africana nas escolas segundo a Constituição Brasileira, a realidade mostra-se distinta da lei, pois, na maioria das vezes, os estudantes não possuem aulas sobre esse assunto. Evidencia-se isso na prática de capoeira, por exemplo, que é pouco disseminada nas escolas, enquanto artes marciais de origem branca são mais populares, como o judô. Isso é prejudicial aos estudantes, pois não lhes permite aprender sobre a cultura dos negros que originaram o povo brasileiro. Vale ressaltar o reflexo da omissão da cultura africana no Brasil, dentre eles, o preconceito vivenciado por suas religiões. Isso é perceptível nas escolas, nas quais muitas possuem religião no currículo, porém nenhum ensina o Candomblé ou a Umbanda. Isso contribui para a manutenção do preconceito, pois muitos indivíduos deixam de conhecer essas crenças por não lhes ter sido ensinado, apenas reproduzindo os conceitos pré-estabelecidos de possuírem rituais místicas e com fins satânicos. Pode-se concluir, portanto, que a história africana ainda é pouco disseminada, perpetuando o preconceito. É necessário que medidas sejam tomadas para reversão desse quadro, dentre elas a fiscalização do Ministério da Educação no currículo das escolas em relação às aulas destinadas a cultura africana, passíveis de multas aos colégios caso não haja cumprimento da lei. Ademais, também cabe o incentivo a palestras nas instituições de ensino, mediadas por líderes de religiões como Umbanda e Candomblé, para pais e estudantes com intuito de ensinarem um pouco sobre os seus rituais e desconstruir alguns preconceitos.