Título da redação:

Feijoada "gourmetizada"

Tema de redação: O ensino da história e cultura africana no Brasil: conquistas e desafios

Redação enviada em 07/07/2016

A falta de conhecimento da cultura africana em sua essência, não só a parte da História em que os negros se encontram em condições desumanas — enfatizando tal ótica europeia – representa o gargalo de diversos setores deste país. Nesse contexto, há erros passíveis de mudanças na grade curricular brasileira e na sociedade que corroboram para a continuidade do desrespeito às suas origens. É importante evidenciar que o Brasil se encontra como o segundo país com mais negros no mundo — cerca de 97 milhões, segundo o censo de 2012 – e só perde para a Nigéria. Dessa forma, o povo brasileiro é uma extensão da África na América. Sabidamente, a falta de esclarecimento assíduo dos povos que construíu a culinária, religião e identidade miscigenada brasileira — africanos, índios, entre outros – reflete em uma sociedade que rejeita suas origens. Um exemplo dessa rejeição constitui-se na apropriação cultural da feijoada, restaurantes estão vendendo feijoadas veganas, desconstruindo a original receita feita pelos negros. Isto configura a urgência de debates midiáticos para esclarecer o quanto a identidade da nação brasileira é diversificada e deve ser respeitada. Em contra partida, no ano de 2013, foi estabelecida a lei que inclui no currículo de ensino a "História e Cultura AfroBrasileira", um grande avanço, mas não o bastante. Os professores das ciências humanas têm um grande desafio: incitar o olhar crítico dos seus alunos a respeito desse tema. É primordial que os docentes lecionem sobre a cultura africana de tal forma que quebrem as barreiras continentais. Mediante ao que foi exposto, a identidade cultural afrobrasileira necessita resgatar as suas origens. Para tanto, a mídia deve agregar, em suas novelas e minisséries, como a cultura africana, até os dias atuais, está presente na historicidade brasileira, e não somente retratar os negros em sua lastimável história dos seus antepassados. Paralelo a isso, cabe ao Ministério da Educação, aperfeiçoar o ensino da cultura afro dos professores de humanas, e, também, aumentar a carga horária dessas matérias para elaboração de projetos, palestras, aulas didáticas a fim de formar cidadãos que respeitem e orgulhem-se das suas origens.