Ao longo do processo de formação do Estado brasileiro os portugueses importaram muitos negros africanos, frutos do comércio sujo da escravidão. Tais escravos, contudo, abusaram de movimentos de resistência, cultivando sua própria cultura afro-brasileira, com as suas danças, suas religiões e a capoeira. Os negros, marginalizados desde o momento que pisaram na terra do pau-brasil até os dias de hoje, ainda sofrem muito com o preconceito racial, fruto de um desconhecimento por parte da população das suas origens. Com o crescente aumento do racismo, questiona-se se o governo é realmente capaz de lidar com a problemática da cultura afro-brasileira. É indubitável que a maneira mais pertinente para a diminuição do preconceito racial é ensinando às crianças a importância que a história da África tem para a construção da identidade nacional brasileira. De acordo com o princípio da responsabilidade, conceito criado pelo filósofo alemão Hans Jonas, uma sociedade saudável e sustentável constitui-se de uma população que zela pelas gerações futuras. Analogamente, pode-se configurar o Brasil como uma sociedade inversa do que propõe o estudioso, pois poucos esforços são feitos, de fato, para que as crianças tenham acesso às suas origens, assim, garantindo a manutenção do racismo no Brasil. Outrossim, o poder legislativo, com o intuito de garantir o conhecimento por parte da população sobre suas procedências históricas, sancionou a lei 9.394, que visa incluir no currículo básico escolar o ensino da história africana . Segundo Durkheim, um fato social é uma ação dotada de exterioridade, generalidade e coercitividade. Seguindo essa linha de pensamento, pode-se configurar o ensino da cultura afro-brasileira como um fato social, pois, na medida que ensina-se às crianças e jovens a cultura africana, o racismo diminui e a sociedade torna-se mais igualitária. Contudo, embora haja uma lei que decrete o ensino de tal cultura, as escolas - públicas e privadas - pouco se esforçam para ensinar às crianças e jovens a história africana. O ensino da cultura e história da áfrica no Brasil tem, portanto, problemas históricos, sociais e culturais. Medidas devem ser tomadas com o intuito de atenuar o preconceito racial e garantir o acesso às origens para a população. O Ministério da Educação deve criar avaliações periódicas para os estudantes da rede de ensino, público e privado, com questões que envolvam o tema, bem como deve fiscalizar o programa de ensino anual das escolas. A grande mídia, com seu papel de construção de valores, deve criar obras - como telenovelas e seriados - onde demonstram a vida do africano e sua história. ONGs de cunho social devem organizar palestras e peças teatrais com o intuito de dar conhecimento à população de seu passado. Dessa forma, a criação de uma sociedade que trabalha os fatos sociais de maneira positiva será estabelecida, com sua origem conhecida de fato, bem como o ideal do princípio da responsabilidade de Hans Jonas será instaurado no Brasil.