A construção da identidade nacional se enriquece ao ser analisada a contribuição africana no território: do esforço braçal e miscigenação étnica à grande influência social de movimentação popular por direitos, uma vez que a abolição da escravatura foi conquistada e não concedida, a participação negra é indispensável à brasilidade. Entretanto, a soberania lusitana do período colonial excluiu toda importância dos povos trazidos como cativos e reflete na luta contemporânea por equidade e respeito dos descendentes desses. Apesar dos esforços, a educação cultural às gerações antigas é o desafio. A princípio, o sancionamento da lei que obriga o ensino histórico, literário e artístico áfrico legitima o verdadeiro conhecimento da natureza da sociedade verde e amarela. Nesse sentido, a imprescindibilidade desse estudo tornou-se condição “sine qua non” para o início de pesquisas e criação de acervos que possibilite o aprendizado da real biografia do Brasil. Além disso, a retomada de valores e costumes negros em sala de aula desvia-se do misticismo ligado apenas à selva e ao exotismo propagado pelo pensamento popular. Assim, com esse trabalho de consciência africana, caminha-se para o respeito entre os indivíduos. Essa conduta legislativa, por outro lado, não garante tal educação social às gerações X e Y. Em virtude da população adulta e idosa, na maior parte, já estar desvinculada de atividades instrucionais, é factível a permanência do preconceito étnico advindo da cultura eurocêntrica. Com efeito, o conservadorismo pode apresenta-se até mesmo entre professores que lecionam sem o constante aperfeiçoamento de suas graduações e afetam, dessa forma, a credibilidade do ensino africano. Nessa perspectiva, é incerta a garantia do conhecimento afro-brasileiro imparcial e a todos. Mostra-se necessário, portanto, atuações concretizadoras deste ensino. Para tanto, as Secretarias Municipais de Educação devem fiscalizar os exercícios das escolas através de vistorias periódicas que analisam como os ginásios estão aplicando essa lei e como os educadores se preparam para tal atividade, a fim de assegura o previsto pelo legislativo. Aos ginásios cabe, também, inserir os familiares dos alunos no trabalho dos conteúdos afro, por meio de exposições estudantis do que foi aprendido da cultura negra. Logo, a população se integrará na afirmação da real brasilidade.