A questão do ensino da história e cultura africana nas escolas brasileiras não é um problema atual. O assunto é debatido faz anos, e mesmo com a conquista da lei que tornou esse ensino obrigatório, o país ainda enfrenta desafios e sérias consequências, sendo a pior delas o racismo, que muitas vezes é fruto da falta de informação e conhecimento. Segundo o escritor Gilberto Freyre, o Brasil é a democracia racial mais avançada do mundo, uma mistura de etnias que não se encontra em nenhum outro país, uma junção da cultura indígena, europeia e africana, e que isso seria o caminho para acabar com o preconceito. Contudo, muitos obstáculos impedem tal afirmação de se concretizar, e uma delas foi a exclusão do ensino da história e cultura africana das escolas por muitos anos, só se tornando obrigatório em 2003. Com isso, várias pessoas que estudaram antes da sanção da lei não tiveram o devido acesso ao assunto, o que serviu para aumentar o racismo arraigado na sociedade brasileira. Além disso, devido ao sistema econômico capitalista, o Brasil é um país marcado pela desigualdade social, e a população de baixa renda depende do ensino público, que atualmente é cheio de falhas e possui, na maioria dos casos, uma qualidade inferior ao ensino de escolas particulares. Uma vez que a educação não é de qualidade, que não proporciona condições para o melhor aprendizado do aluno, e mesmo sendo obrigatório o ensino da cultura e história afro-brasileira, ele não será feito de forma correta e didática. Portanto, medidas são necessárias para resolver o impasse. Para melhorar a qualidade das escolas públicas, a Receita Federal deve investir uma maior parcela dos impostos arrecadados na educação, garantindo um melhor aprendizado para os alunos. Ademais, emissoras de TV aberta devem levar a informação sobre a história e cultura africana através de documentários, debates, novelas, etc, para que grande parte da população brasileira tenha diferentes formas de acesso à esse conteúdo. Dessa maneira, o Brasil caminhará gradativamente para um futuro melhor, e quem sabe, livre de preconceitos.