Título da redação:

Conscientização da miscigenação que originou o país.

Tema de redação: O ensino da história e cultura africana no Brasil: conquistas e desafios

Redação enviada em 19/07/2016

A educação brasileira, há muito tempo, não tem sido totalmente honesta com a realidade atual e histórica do país. Fato este que pode ser comprovado ao notar que o estudo da cultura e história africana no Brasil raramente é encontrado nas salas de aula. Nesse sentido, coordenadores e mestres da educação se esquecem que a essência da identidade brasileira tem a maior parte da contribuição vinda do continente africano e que o estudo dessa enorme gama de fatos necessita ser inserido na formação do saber dos futuros adultos do país. Houve, contudo, conquistas na área do estudo da sociedade africana, que podem ser traduzidas pela Lei 10639 de 2003, a qual garante a obrigatoriedade dos temas africanos no currículo escolar dos estabelecimentos de ensino fundamental e médio. Mas, apesar desse avanço, grandes centros educativos e muitos vestibulares sequer citam as especificidades histórico-culturais africanas, pois a fiscalização do cumprimento da lei, como em muitos outros âmbitos, não ocorre. Por conta disso, constata-se, persistentemente, o grande analfabetismo sobre a cultura africana da população brasileira – como o desconhecimento da origem da capoeira, feijoada e farinha de mandioca. Além disso, existe um grande desafio a ser vencido, para que a história e cultura africana sejam mais valorizadas no país: a destituição do eurocentrismo no ideal e cotidiano do brasileiro aliada a valorização de sua verdadeira genealogia. Para isso, é necessário que o cidadão compreenda a suas origens, consciente da miscigenação que a constituiu nos tempos antigos. Com isso em mente, o indivíduo poderá valorizar mais a cultura africana, tão menosprezada anteriormente, que agora é entendida por ele como parte de sua vida e sua história. Portanto, é necessária uma mudança na conscientização dos brasileiros sobre as culturas que dão forma ao país mais miscigenado do mundo. Essa mudança deve começar pelas bancas de vestibulares, com leis que a obriguem a introduzir determinados números de questões relacionadas a história, cultura e literatura africana. Feito isso, a fiscalização sobre a obrigatoriedade do ensino dessas disciplinas nas escolas deverá ser mais rigorosa, sob pena de suspensão dos educadores que não as cumprir. Finalmente, os alunos, desde pequenos, já terão suas mentes desvencilhadas do eurocentrismo puro, compreenderão suas origens e passarão a dar valor a todos os componentes de sua história e cultura.