Título da redação:

As multi-facetas do ensino afro no Brasil

Tema de redação: O ensino da história e cultura africana no Brasil: conquistas e desafios

Redação enviada em 09/07/2016

Durante o II reinado instaurou-se no Brasil a política de branqueamento, a qual, visava aproximar as características populacionais as europeias, desprezando, então, os traços afrodescendentes. Todavia, mesmo que séculos depois a cultura africana tenha sido resgatada, persiste o desinteresse pela mesma. Nessa perspectiva, é válido salientar a problemática do ensino afro-cultural em âmbito acadêmico, pelo despreparo educacional, e social, pela rejeição das origens. Precipuamente, apesar de sancionada a Lei no 9.394 que torna obrigatório o ensino sobre história e cultura afro-brasileira, ainda há um déficit dessa área nas escolas. Kabenguele Munanga afirma que os livros didáticos do MEC não têm uma orientação realmente contempladora das raízes africanas no país. Tendo em vista esse impasse e somando-o a não obrigatoriedade dos cursos sobre a temática, conclui-se, assim, que apenas a lei não é efetiva. Dessa forma, é necessário que ocorram revisões e acréscimos na educação nacional, para que sua aplicação seja, de fato, prática. Outrossim, é vigente na nação o preconceito e receio à cultura africana. Segundo Émile Durkheim, o fato social é uma maneira coletiva de pensar e agir, dotada de externalidade, coercitividade e generalidade. De maneira análoga a teoria do sociólogo é possível observar que, embora, 50.7% da população brasileira se considere negra ou parda, ainda prevalece a ideologia imperialista que despreza os costumes e tradições da África e por conseguinte, um infante proveniente de uma família com essa faceta tende a reproduzi-la. Logo, esse pensamento precisa ser desconjurado, a fim de estabelecer o enaltecimento do patrimônio cultural, repassando, então, essa mentalidade as gerações futuras. Entende-se, portanto, a necessidade de investir tanto na educação quanto na mudança da concepção social. A fim de atenuar o problema, o Ministério da Educação, aliado à esfera municipal e estadual do poder, devem elaborar materiais didáticos com conteúdos relacionados à cultura afro-brasileira, assim como, tornar mais público entre os pedagogos os cursos já oferecidos sobre o tema, os quais, continuam desconhecidos de muitos profissionais. Além disso, é importante a propagação de campanhas publicitárias, promovidas pelo Governo Federal, junto as emissoras televisivas abertas, para demonstrar o valor da cultura afro nacional. Com isso, os vestígios do século XVIII serão obscuros perante o orgulho das raízes afro-brasileiras.