Título da redação:

A oneração eurocêntrica

Tema de redação: O ensino da história e cultura africana no Brasil: conquistas e desafios

Redação enviada em 28/08/2016

A relação entre a cultura africana e a banalização de sua importância apresenta uma faceta histórica ligada aos primórdios da colonização no Brasil. Com a premissa de que há superioridade de etnias, desenvolveu-se um ideal obsoleto alicerçado na agrura da população negra e no regozijo do pensamento racista, observados de forma incólume no país. Desde o início da colonização exploratória no Brasil, no século XVI, negros africanos eram submetidos a condições insalubres de vida, sendo explicitamente animalizados e inferiorizados. Essa situação, apresentada nos livros de História de forma negligenciada, difundiu um comportamento eurocêntrico, visto que a história da cultura africana foi mascarada e onerada por uma sociedade que estereotipou a imagem do negro como mero escravo de um sistema escravocrata anteriormente vigente. Há, atualmente, conquistas jurídicas que implementam a história e cultura desse povo nas matrizes curriculares de escolas em todo o país, com a intersecção da essencialidade do negro à história do Brasil, ocasionando uma desmistificação de diversos paradigmas implícitos na sociedade, tais como o preconceito alienante às religiões de origem africana, como o Candomblé, e aos esportes, como a capoeira. Contudo, ainda há, nacionalmente, um eurocentrismo enraizado nos livros, que é o principal algoz da cultura negra. Ressalta-se, por exemplo, a princesa Isabel como a essencial causadora da abolição da escravatura, através da Lei Áurea (1888), deixando de explicitar as revoltas e lutas negras por sua libertação, como a Revolta dos Malês. A banalização da história africana no Brasil é uma incoerência secular, tendo em vista que a maioria da população brasileira é justamente negra. Necessita-se, pois, fomentar uma conjuntura social com igualdade, parcimônia e respeito à cultura africana. Dessarte, é imprescindível que o Poder Legislativo reformule novas leis que salientem a importância da cultura negra, implantando a obrigatoriedade da leitura de livros e arquivos históricos de tal povo nas escolas do país. O Governo deve selecionar, com o auxílio de profissionais especializados, livros fundamentados na história do Brasil com a real participação negra nas matrizes curriculares das instituições de ensino. Por fim, ONGs devem realizar campanhas institucionais que acentuem a essencialidade da cultura africana, cessando, paulatinamente, a incolumidade de um eurocentrismo alienante no Brasil.