O Brasil possui três principais bases na sua formação. Os africanos, os portugueses e os indígenas constituem-se como elementos fundamentais para a nação. A compreensão de suas histórias e culturas é essencial para entender o país como um todo. A herança racista e preconceituosa da escravidão deixou de lado a importância da influência africana e negligenciou o seu ensino nas instituições educacionais, abrindo uma lacuna na história brasileira e fundamentando atitudes discriminatórias. O racismo fomentado pela escravidão teve como base teorias científicas. O evolucionismo cultural e o determinismo dividiram a humanidade em raças, classificando-as pelo seu desenvolvimento cultural e econômico. As origens e os povos africanos foram subjugados e postos à margem das sociedades. No século XIX, a elite brasileira baseia-se nesses preceitos para justificar o seu preconceito, ocultando da história do Brasil a importância da África para sua formação. A falta do ensino da cultura africana e de seus povos – como os Bantos por exemplo – se reflete na violência contra a população negra, na discriminação explícita no cotidiano, na dificuldade de inserção dessa parcela na sociedade, na marginalização e principalmente na desigualdade social. Visto que a África é o “continente mãe”, a compreensão de suas etnias e costumes é essencial para entender todo o mundo. Sua presença, principalmente na América é muito significativa, de modo que é uma das bases principais de toda constituição e formação dos países e de suas características. Segundo o censo 20102, em torno de 50,7% da população brasileira é negra. Observado esse dado, não só o preconceito se torna injustificável, mas também a falta da educação relativa à origem africana da sociedade nas escolas. Para que se resolvam as diferenças sociais, é necessário o entendimento da composição social. A cultura e os povos africanos participaram intensamente da formação do Brasil. Logo, o seu ensino nas instituições educacionais é de suma importância para a compreensão da sociedade e para o combate ao racismo e ao preconceito. As escolas e as universidades devem atuar cumprindo as determinações legislativas quanto à inserção na grade escolar da história e da cultura afrobrasileira; como também é tarefa do Poder Executivo disponibilizar livros e materiais didáticos referentes às origens africanas. A discussão e os debates em família e nas escolas sobre a importância da África para o mundo é também essencial para entender a história brasileira e evitar a discriminação social e cultural.