Não se pode falar de Brasil sem citar a cultura africana, os negros trazidos pelos portugueses e que ao longo de mais de 500 anos vem fazendo parte do nosso dia a dia. Se hoje somos o que somos, com essa riqueza e diversidade cultural, devemos aos povos que foram suprimidos ao longo da história. O que seria do brasileiro sem o samba, sem a capoeira ou sem a famosa feijoada? É triste pensar, mas muitos não sabem as origens dessas heranças deixadas para nós por falta de ensinamentos nas escolas brasileiras. No ano de 2003, a cultura afro-brasileira passou a ser obrigatória no currículo escolar, porém essa lei trona-se um tanto desafiadora, visto que grande parte dos professores encontra-se desqualificados a aplicar esse tipo de conhecimento, pois não tiveram o devido acesso e ele. Esse ensinamento deve ir além da matéria, mas sim, uma inclusão dessa cultura no nosso cotidiano, mostrando que a mistura do povo brasileiro foi feita por vários povos através dos tempos. De nada adianta sancionar uma lei se não houver mudanças reais no currículo escolar, dês do ensino básico ao superior. Entretanto, algumas medidas já estão em vigor para que todos possam ter contato com o negro na sociedade, pois eles constituem de mais de 50% da população brasileira. A lei de cotas, aprovada em 2012, é um grande exemplo desse avanço, pois existe uma dívida muito grande a ser paga com os negros, decorrente da escravidão e desse modo pode-se ter uma inclusão da cultura afro-brasileira, visando que o homem branco é domado pela ignorância em não conhecer, de fato, suas origens. Muitos brasileiros alegam ter descendências italianas e espanholas ou de outras etnias, mas poucos falam com orgulho ser descendente de africanos e todo brasileiro - querendo ou não - torna-se descendente desse povo. Fica evidente, portanto, que a inclusão da cultura afro-brasileira em escolas já teve início, porém o Brasil precisa formar mais profissionais que tiveram um vasto conhecimento e contato com esses povos. O Governo Legislativo deve criar leis que visem uma maior interação do negro na sociedade, para que de fato tenha-se contato com essa cultura e não somente nas escolas, deve haver uma reforma na base escolar, acrescentando uma carga horária maior ou um ensinamento a parte sobre a herança africana e a mídia deve elaborar desenhos que retratem esses costumes, para que essas crianças tornem-se adultos conhecendo suas origens. A educação transforma pessoas e pessoas mudam o mundo, já dizia Paulo Freire.