Título da redação:

O problema dos refugiados no Brasil

Tema de redação: O drama dos refugiados no Brasil Contemporâneo

Redação enviada em 05/11/2017

"O homem nasce livre e por toda parte encontra-se acorrentado". A frase de Jean-Jaques Rousseau é uma complicada e trágica realidade para milhões de pessoas que, em busca de refúgio das condições de guerra, miséria ou autoritarismo, deixam seus países de origem para embarcar para nações fronteiriças ou próximas, muitas vezes em um caminho perigoso e sem volta, na esperança de um futuro quando a violência seja apenas parte de suas memórias. No entanto, ao chegar ao seu destino, a maior parte dos refugiados enfrenta negação, xenofobia e falta de estrutura para recebê-los. Apesar do enorme contingente de pessoas se refugiando por todo o sul da Europa e também no Brasil, na fronteira com países como a Venezuela, nos últimos anos, essa não é preocupação exclusiva da contemporaneidade. Registros escritos sobre refugiados durante o florescimento de grandes impérios do Oriente Médio datam de cerca de 3500 anos atrás, porém foi só em 1951, a partir da Convenção de Refugiados e após os maiores conflitos bélicos do século XX - a Primeira e Segunda Guerra Mundiais - que a ONU passou a oferecer proteção e assistência para esses seres humanos, encontrando soluções duradouras para muitos deles. Contudo, ainda a maioria dos habitantes das nações "acolhedoras" de refugiados os veem como uma ameaça à sua economia e cultura. Esquece-se o fato de a nacionalidade, tão difundida e glorificada por muitos desses preconceituosos, ser meramente uma construção histórica, fabricada pelo povo e seus líderes, mas que sempre esteve em constante transformação. No Brasil, os refugiados fugidos da enorme crise na Venezuela nos últimos tempos, atravessando aos milhares as fronteiras do norte do país, são tratados com extremo descaso pela opinião pública. Largados a esmo em ruas, praças e outras ocupações ilegítimas, são a eles negados ajuda ou habitações por parte do governo e da população. Em um país com grandes dimensões territoriais, parte das quais nem sequer ocupadas, a questão deveria ser vista de maneira mais humanitária, e como diria Augusto Cury, "frágeis usam a violência e os fortes, as ideias". Em vez de problemas, esses refugiados deveriam poder ser cocriadores das cidades onde habitam, tornarem-se cidadãos de novos povoados brasileiros, beneficiando também o país com diversidade, crescimento e mão de obra. Portanto, é imprescindível que os refugiados deixem de ser negligenciados pelo povo e pelo governo brasileiros. A Receita Federal deve investir uma parcela dos impostos arrecadados no Ministério do Planejamento, para que este projete a construção de cidades com uma urbanização sustentável para abrigar e inserir refugiados na sociedade, oferecendo a eles empregos e moradias. Cabe aos órgãos governamentais brasileiros difundir entre a população, por meio de propaganda nas mídias sociais, o fim da xenofobia e do preconceito com essas pessoas, pois assim como disse Nelson Mandela com relevante importância, "sonho com o dia em que todos levantar-se-ão e perceberão que foram feitos para viver como irmãos".