Testemunha-se no Brasil a crescente chegada de estrangeiros em busca de locais mais propícios à vida comparado aos seus territórios de origem. Venezuelanos e haitianos ganham destaque nessa situação, porque nestes países ocorrem crises políticas, econômicas e humanitárias desfavoráveis às condições dignas de vida. Diante desta situação surge uma pertinente questão: será que o Brasil tem capacidade de comportar a chegada de tantos imigrantes? Há quem diga que não. São inúmeros os casos de trabalho escravo realizados pelos refugiados. A indústria têxtil brasileira, por exemplo, emprega milhares de mulheres que se submetem à jornadas exaustivas e desumanas de trabalho. Com a chegada dos imigrantes, houve também o aumento dos casos de trabalho irregular como a prostituição e o contrabando. É fato, também, que por se tratar de uma população carente, são alvos mais fáceis para o envolvimento no crime organizado como o mercado das drogas. É possível afirmar daí que o Brasil estruturado político e economicamente do jeito que é hoje não comporte, de fato, a chegada dos imigrantes forçados – principalmente por se tratar de um país entre os 10 com maior desigualdade social do mundo. Entretanto, se houver políticas eficientes, em alguns anos pode ser que o cenário mude. O estado do Mato Grosso já enfrentou a situação do combate à escravidão no setor agropecuário e através do programa educativo SENAI, ofereceu cursos profissionalizantes gratuitamente à população carente de serviço. O resultado foi dentro do esperado, resgatou centenas de vidas do trabalho análogo a escravidão. Pode-se dizer, também, que a educação é um ótimo agente de transformação, pois garante mobilidade e igualdade social. Mas, como nas palavras de Darcy Ribeiro "a crise na educação brasileira não é uma crise, é um projeto."