Como resultado de graves conflitos, pessoas do mundo todo têm fugido desesperadamente de suas terras natais em busca de segurança e de uma vida digna. Apesar de ter uma legislação moderna e ser signatário dos principais tratados internacionais sobre refúgio, o Brasil falha na integração dos estrangeiros que fogem de guerras e perseguições, o que se deve ao excesso de burocracia e às dificuldades com a língua. O país é considerado pela ACNUR, agência da ONU para refugiados, pioneiro na proteção desse grupo em risco, cadastrando famílias estrangeiras no programa Bolsa Família. Todavia, para conseguir asilo, é preciso esperar o atendimento da Polícia Federal, que leva meses. Somente após a solicitação, o refugiado recebe uma carteira provisória para, então, poder trabalhar. Dessa forma, como resultado da demora nos trâmites administrativos, muitos refugiados se submetem ao trabalho ilegal, algumas vezes em situação de semiescravidão. Ademais, a miséria e a falta de oportunidades são quase sinônimos da vida do imigrante pobre que tenta se estabelecer no país. Isso porque encontrar emprego falando pouco ou quase nada de português é desafiador, e mais difícil, ainda, conseguir se manter sem depender de caridade. Desse modo, mesmo que muitos refugiados possuam qualificação profissional, acabam por viver amontoados em locais insalubres e em condições precárias, pela dificuldade em estabelecer comunicação. Fica evidente, portanto, que o impacto de tal crise, no Brasil, é bastante relevante, cabendo aos Ministérios Público, da Justiça e da Educação uma ação conjunta, de maneira a acelerar os processos que concedem o status de refugiado e ampliar o ensino da língua portuguesa, por meio da contratação de mais profissionais administrativos e educadores, além de garantir o acesso à saúde, previsto em Constituição. Assim, a integração dos refugiados promove a colocação de profissionais qualificados no mercado de trabalho e gera benefícios em médio e longo prazo ao Estado.