Título da redação:

Brasil, o país realmente desenvolvido

Tema de redação: O drama dos refugiados no Brasil Contemporâneo

Redação enviada em 01/11/2017

Todo o desenvolvimento econômico das grandes potências mundiais foi baseado na exploração dos recursos naturais e humanos, no comércio unilateral imperialista e nas taxas e impostos cobrados aos países, hoje, subdesenvolvidos. No entanto, quando é recrutado o apoio e o direito internacional de exílio aos países ditos desenvolvidos, até mesmo por motivos consequentes a intervenção política dessas potencias, utiliza-se do nacionalismo exacerbado e do sentimento xenofóbico para restringir o apoio a esses povos e construir barreiras físicas e políticas de isolamento alfandegário. Nesse contexto, é necessário analisar o posicionamento político do Brasil e os dramas vivenciados pelos refugiados que migram para o país. Segundo o escritor Miguel del Castillo, o drama dos refugiados e imigrantes está em encontrar-se num "entrelugar", ou seja, ter que lidar com o desapego com sua cultura e sua terra, para imergir e adaptar-se a outros costumes e visões que jamais serão totalmente encorporados a ele. Nesse sentido, o posicionamento político do Brasil tem sido de acolher esses povos e encorpora-los na sociedade, por meio de leis que garantam a isonomia social desses indivíduos, como a Lei da Migração, apoio em todo o processo de solicitação de auxílio e legalização burocrática, oferta de curso de português falado e auxílio com estratégias de adaptação profissional, de acordo com o perfil e atribuições individuais do imigrante, dando toda infraestrutura básica para a adaptação dessas pessoas. Entretanto, em meio a uma das piores crises econômicas e políticas do país, com mais de 12 milhões de desempregados, o governo enfrenta dificuldades para inserir essas pessoas no mercado de trabalho, criando sérios riscos de aumentar os índices de criminalidade, os investimentos do Estado com bolsas de subsistência e, consequentemente, provocar o sentimento de xenofobia nos brasileiros, tendo em vista alguns casos isolados, como no ataque ao refugiado sírio em Copa Cabana no Rio de Janeiro, que foi amplamente compartilhado nas redes sociais. Além disso, essas pessoas carregam consigo marcas da violência das guerras, da destruição de suas casas, das mortes de familiares e, até mesmo, dos atos de violência sexual sofridos, a exemplo do Congo, conhecido como a capital mundial de violência sexual contra mulheres, precisando lidar com essas cargas emocionais, com o deslocamento até o Brasil, como processo alfandegário, com a adaptação da língua e da cultura e com alguns atos de preconceitos inerentes da sociedade brasileira, como de gênero, racial e homofóbico. Portanto, faz-se necessário que o Ministério da Cultura, em parceria com o instituto ADUS, elabore um trabalho de integração e conscientização, por meio de campanhas nas grandes mídias e ciclos de palestras, em que a dura realidade dos refugiados e suas histórias individuais sejam apresentadas à sociedade, de maneira a fortalecer o sentimento de apoio e compaixão à esses grupos, facilitando sua inserção social e cultural e rechaçando qualquer manifestação xenofóbica. Ademais, o Ministério da Educação deve promover o apoio psicológico gratuito aos imigrantes, por meio de um convênio com os cursos de psicologia das universidade públicas e com psicólogos voluntários, resolvendo possíveis traumas de guerra, otimizando o processo de adaptação e compensando, infimamente, as sansões e os muros de contenção criados pelos países, em tese, desenvolvidos.