O Brasil, ao sancionar a lei da migração no primeiro semestre de 2017, constituiu um legado humanitário mundial ao "abrir suas portas" para àqueles que foram forçados a sair de seu país de origem. Ademais, é isso que difere o refugiado do migrante comum, que escolheu morar em outro país por opção. Apesar dessa política acolhedora, os refugiados ao chegar no território brasileiro encontram diversas estruturas deficitárias básicas a serem enfrentadas. No limiar do contexto da segunda guerra mundial, com as leis raciais de Nuremberg -que ratificava a ideologia nazista de haver uma raça ariana e tirava a cidadania alemã dos judeus-, diversos países europeus ficaram ocupados devido não haver uma convenção internacional para esses cidadãos que passam a ser, logo, refugiados. Devido a isso, criaram-se após a essa guerra a convenção de Genebra que, dentro de suas resoluções, sancionou como crime perseguições por motivos políticos, raciais ou religiosos. Apesar de nos dias atuais ser outro contexto, as pessoas sabem que são seus direitos poder imigrar para outro país a fim de fugir dos conflitos presentes em sua terra de origem, embora muitos países europeus criarem dificuldades para o ingresso desses refugiados dentro de seu território. Diante disso, o governo brasileiro percebeu a necessidade de criar uma lei que pontua-se a sua hospitalidade diante desses cidadãos carentes de ajuda. Em detrimento dessa questão, os imigrantes ao ingressar no Brasil, necessitados de diversas ajudas, como, por exemplo, precisam de assistência de saúde; facilitação para revalidar o diploma; e, principalmente, de um curso de português para estrangeiros. Uma vez que a comunicação só existe a partir de um código entre o emissor e seu receptor, o idioma acaba sendo o maior empecilho para os imigrantes internacionais ao chegar aqui. Visto que a maior parte desses migrantes são de países onde a linguagem é diferente do português, logo, ao chegar aqui não conseguem comunicar-se ou utilizam o conhecimento em inglês. De forma que todos os outros problemas existentes acabam se agravando pela falta entendimento da língua portuguesa. Apesar do país encontra-se em crise em diversos setores, é necessário que o governo se preocupe primordialmente com a forma que esses imigrantes irão querer transmitir sua mensagem aos demais. Evidencia-se, portanto, que pelo fato de haver condições precárias em diversas estruturas brasileiras, os refugiados são prejudicados em sua ressocialização na sociedade brasileira. Diante disso, é necessário que o governo, a partir de programas sociais para essa parcela da população, garanta necessidades básicas para esses refugiados, e, principalmente, assegurar que esses terão um curso básico de português para que possam se comunicar no dia-a-dia a fim de integralizar esses indivíduos dentro do corpo social brasileiro. Desse modo, também é necessário agir com hospitalidade com àqueles que tanto precisam daquele abraço, como canta Gilberto Gil.