Diante dos grandes conflitos que ocorrem hoje no oriente médio, principalmente na região da Síria, e diante da crise econômica na Venezuela, o Brasil tem atraído muitos refugiados. Tal fluxo migratório tem causado intensas discussões, no legislativo e na sociedade em geral, acerca dos impactos desse fenômeno no cotidiano dos brasileiros. Diante disso, torna-se necessário lembrar a importância histórica da imigração no Brasil, para lidar com tal situação com compaixão e sabedoria. Começando com a colonização portuguesa, diversos foram os povos e etnias que contribuíram para a construção do nosso país. Após a independência, italianos contribuíram para o estabelecimento da indústria cafeeira, principal fonte de renda para o Brasil durante décadas. De maneira similar, o setor agrário no sul do país deve muito de sua existência aos imigrantes de origem europeia. Adicionalmente, japoneses, sírios, libaneses e outros povos e etnias foram essenciais para o desenvolvimento da indústria e do comércio brasileiro. Portanto, fica difícil negar a importância de tais fluxos migratórios para o desenvolvimento e diversificação cultural e econômica no país. Ressaltados esses aspectos históricos e econômicos da questão migratória, é necessário também discutir o aspecto humanitário do fenômeno. Os refugiados que hoje buscam o nosso país, atingidos por guerras e crises econômicas severas, não têm alternativas que não envolvam o recomeço da vida em outro país. Portanto, trata-se de uma crise humanitária mundial, que envolve pessoas, em sua maioria, honestas e dispostas ao trabalho, em busca de um país que as aceite. Deste modo, é um dever humanitário de cada nação realizar esforços para diminuir a intolerância e a xenofobia sofrida por tais pessoas. Neste contexto, medidas legislativas e educativas que ampliem o acolhimento dos refugiados devem ser tomadas. O congresso acertou em aprovar a Lei de Migração, e esse esforço humanitário deve ser mantido e celebrado. De modo similar, o Ministério da Educação deve promover oficinas e palestras nas escolas, envolvendo pais e alunos nessa discussão. Adicionalmente, campanhas publicitárias podem ser feitas pelo Ministério das Relações Exteriores para aumentar a conscientização da população e diminuir a xenofobia por parte dos brasileiros. A partir de tais medidas, o nosso país poderá dar sua parcela de contribuição nessa crise humanitária internacional.