O princípio da igualdade aristotélico afirma que “devemos tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de sua desigualdade”. Essa perspectiva auxilia na análise da questão das crianças desaparecidas no Brasil, visto que é dever do Estado protegê-las, mas isso não vem acontecendo. Nesse sentido, cabe analisar os fatores que motivam esse quadro, bem como seus efeitos. Cabe pontuar, de início, a ineficiência brasileira no combate ao problema das pessoas desaparecidas. Isso, pois a União não disponibiliza investimentos suficientes para organizações especializadas nisso, ou mesmo para a manutenção das já existentes, como o site Cadastro de Crianças e Adolescentes desaparecidos, o qual raramente é atualizado e possui menos de 500 inscritos. Contudo, segundo a Constituição Cidadã, é dever do Governo Federal defender os incapazes e assegurar que cada um receba aquilo que lhe é devido. Decorrente disso, as vidas de muitos jovens são postas em risco. Isso dado que essa situação gera um lentidão das autoridades em resposta a ausência prolongada de um indivíduo, pois ,em muitos casos, só começam a procurar a vítima após 24 ou 48 horas, essas que são cruciais para o sucesso da operação. Logo, muitos criminosos tem sua ação facilitada, sequestrando um cidadão, podendo matá-lo, abusá-lo ou usar ele para o tráfico humano, que segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), gera cerca de 30 bilhões de reais por ano. Fica clara, portanto, a gravidade dos desaparecimentos de inocentes no Brasil. Desse modo, para minimizar essa situação, o Ministério da Segurança Pública deve, em conjunto com o Poder Legislativo, liberar verbas para a capacitação de policiais e investigadores, por meio de recursos públicos e empresas privadas. A fim de que as crianças possam brincar em segurança na rua novamente e para que o princípio aristotélico seja seguido.