Contos de fadas, tão populares e clássicos, podem dizer muito mais que a evidente história inocente. Em especial “João e Maria” e “Chapeuzinho Vermelho” que, com abordagens distintas retratam o mesmo assunto, a vulnerabilidade de crianças quando sozinhas e o que o lobo ou a bruxa má são capazes de fazer. Ao trazer esse fato para a realidade, observa-se o crescente número de desaparecimento infantil, cujos muitas vezes tem por fim a exploração. Embora o Brasil possua uma forte legislação de combate, a prática não se faz condizente com essa teoria e para que isso mude há a necessidade de união entre o Estado e a sociedade. Partindo disso, é imprescindível que haja análise do contexto brasileiro, tendo em vista que, segundo ONGs, há cerca de 40 mil crianças e adolescentes desaparecidos, que são levadas sendo usadas em adoções ilegais, trabalho escravo e exploração sexual, nesse viés pode-se concluir que heranças de uma sociedade construída à base da escravidão e desumanização, ainda são muito presentes, o que torna fundamental realização de ações sociais. Não obstante, o tratamento dos órgãos públicos no tocante não condiz com a gravidade desse problema, mesmo com a lei implementada em 2005, que determina investigação imediata, ainda não se tem na realidade tal imediatismo, uma vez que muitos pais são orientados a esperar um período de 24 horas para inicio das buscas, fato que é contraditório ao recomendado, tendo esse período inicial como crucial para investigações bem sucedidas, em que a justiça pode impedir que o sequestrador ultrapasse fronteiras. Assim, é urgente que campanhas de prevenção sejam feitas, para evitar que os vilões da vida real tenham acesso a esses seres tão vulneráveis, bem como para conscientizar as próprias crianças, a fim das mesmas reconhecerem o perigo. Com a união da população e do Ministério da Justiça em divulgação dos desaparecidos e a fiscalização de divisas entre as cidades, com propósito de evitar saídas furtivas para lugares distantes e reconhecimento por meio de outrem.