A Argentina foi um palco de grandes turbulências durante a ditadura militar, dentre as opressões provenientes desse período, o cenário das mães na Praça de Maio que foram as ruas exigirem de notícias dos filhos desaparecidos foi muito marcante, e esse momento agonizante dessas famílias é vivenciado por muitos pais na sociedade brasileira hodierna. Nesse contexto, o aumento de casos no Brasil de desaparecimento de crianças e adolescentes se desenvolve de forma crescente, comprovado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que mostra resultados alarmantes de denúncias cotidianamente. Contudo, muito embora os registros sejam feitos, o grande descaso dos órgãos responsáveis pela investigação dessas situações está sendo tema de repercussões em todo o país. A princípio, é necessário mostrar a utilização de crianças em atuações ilegais e complexas desde o século XVIII, no qual eram exploradas em atividades pesadas de trabalho e sofriam constantes abusos. No entanto, não se restringe apenas ao contexto histórico, visto que os crimes na atualidade são muito significativos, segundo a ONG Mães da Sé, 40 mil crianças e adolescentes somem anualmente. Além dessa problemática, a extensão de tráficos de pessoas tem como boa parte sendo de cunho infantil, o que movimenta um lucro de 30 bilhões por ano, conforme a Unicef. Dessa forma, é preciso uma maior mobilização para garantir a segurança populacional em um problema com alta taxa de baixa visibilidade. Porém, além dos problemas supracitados, outras vertentes que vão de contrapartida ao apoio às famílias com crianças desaparecidas se tornaram acentuadamente uma causa de indignação social. Nesse viés, é possível analisar esse pretexto com a orientação policial para as mães brasileiras de que registrem a ocorrência com 48 horas de espera, em suma disso, a Associação Brasileira de Busca e Defesa a Crianças Desaparecidas se mobilizou para a originar uma lei que descarte o tempo de espera para iniciar as buscas, essa criada em 2005. Desse modo, é notório que a organização pública deve intensificar e com mais precisão atender aos cuidados sociais. No sentido do que foi dito anteriormente, como explanado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, os estudos mostram uma triste realidade que precisam acatar uma maior atenção. Com isso, portanto, uma maior orientação da família com as crianças e adolescentes, por meio de diálogo e situações práticas de observação do comportamento dos jovens e total atenção de um responsável à elas pode ser eficiente. Além da ampliação governamental no reforço da segurança, por intermédio da verba pública. Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, questiona criticamente as relações humanas atuais devido seu caráter virtual e de amplas enganações, com base nisso, para mudar os índices, as instituições terão de reestabelecer o contato presencial da sociedade, o que se torna essencial para impedir o avanço dessa cruel problemática de desaparecimentos.