Procura incessante. Choro permanente. Desencontro. Essa é a realidade de milhares de famílias brasileiras que, assim como no período escravocrata, vêem-se fragmentadas pelo desaparecimento de menores. Seja pela supressão da segurança, seja pela falta de informação. Demonstrando a necessidade de reverter o quadro e confirmar a eficiência e verdadeira efetivação do ECA. Primeiramente, é válido salientar a importância do Estado para minorar o número de desaparecidos. Isso por que, é seu dever garantir a proteção, principalmente de vulneráveis, como determina o artigo V da Constituição. Milton Santos elucidou a "cidadania mutilada", destacando a insuficiência em promover a dignidade humana em uma sociedade com total possibilidade de assegurá-la. Visivelmente, tal descrição é aplicada, visto que, segundo o site "gazetadopovo", a cada 15 minutos 1 criança/adolescente some. Evidenciando a insuficiência de investimentos para instrumentos de procura e investigação, além da falta de operações de prevenção e informação, já que o fato social, empregado por grande parte da população, de que a procura só é iniciada após 24 horas, dificulta ainda mais a ação das autoridades. Há outro fator intrinsecamente ligado ao drama de crianças desaparecidas no Brasil: a família. Como núcleo afetivo e responsável pelos jovens, é seu dever ficar atento às expressões e ações das crianças, pois um dos maiores motivadores de desaparecimento é a fuga do lar, além disso, é de extrema importância que em caso de sumiço, os órgãos competentes, como Delegacias e Conselho Tutelar, sejam informados para devida atuação e assim não torne a procura ainda mais sofrida e demorada. Dessa forma, os civis poderão colocar um "ponto final" na história, a exemplo do caso Vitória Gabrielly que, mesmo com fim trágico, foi encontrada. Assim, conforme Conte, é necessário ver para prever e prever para prover. Por conseguinte, aliado aos fatos supracitados, percebe-se a gravidade do alarmante número de crianças desaparecidas e prever sua continuação caso medidas eficientes não sejam aplicadas. Então, o Ministério de Segurança Pública deve prover e destinar uma parcela maior de recursos em programas de atuação conjunta de estratégias e procura imediata, uma vez que, as primeiras horas são primordiais para o encontro, além de parcerias com os Conselhos Tutelares Municipais executando reuniões com as comunidades para informar as medidas corretas de prevenção e atuação, outrossim, distribuição de cartilhas contendo o número de órgãos responsáveis. Só assim, haverá conscientização da população, melhor atuação das autoridades e consequente minoração dos casos de desaparição.