Diariamente, em 1996, eram expostas fotos de crianças desaparecidas em uma telenovela da Rede Globo, Explode Coração. Bem-sucedido, o merchandising social permitiu encontrar mais de 70 jovens. Contudo, 22 anos depois, o problema ainda continua atual: aponta a ONG Mães da Sé que 40 mil crianças desaparecem por ano no Brasil. Como explicar e reverter esse quadro? Segundo o jornal Correio do Estado, em 2014, criminosos catarinenses usaram informações divulgadas por um menino de 9 anos no Facebook para sequestrá-lo. Casos como esse ilustram o quanto as redes sociais podem atrair marginais, principalmente quando os alvos são crianças, naturalmente ingênuas. Por isso, é tão importante a constante fiscalização pelos pais das páginas virtuais acessadas por seus filhos: é uma forma de proteger a vida dos pequenos. Ademais, não é por acaso que a moral da Chapeuzinho Vermelho é tão famosa. “Não fale com estranhos!” é uma orientação que ainda hoje tem seu valor; principalmente em um país que ocupa - afirma a ONU - o primeiro lugar em exploração sexual infanto-juvenil na América Latina. Portanto, é preciso que, além dos pais, as próprias crianças sejam instruídas quanto ao perigo que exploradores e pedófilos representam para sua integridade física e mental. Em vista do elencado, medidas de intervenção são necessárias. O Ministério de Desenvolvimento Social (MDS) deve investir em mais espaços seguros em que crianças e adolescentes possam dispender de seu tempo livre com atividades culturais, a fim de que seja reduzido o tempo médio gasto com as redes sociais ou em locais públicos onde a segurança é precária. Uma boa solução são os Centros de Referência em Assistência Social, criados pelo MDS e que oferecem espaços de lazer e cultura, além de palestras, campanhas e eventos. Outrossim, é mister que os pais tenham conhecimento da senha de seus filhos em redes sociais e as acessem diariamente, a fim de que tenham conhecimento das pessoas com quem seus filhos conversam e de dados inadequados que estão disponíveis a desconhecidos, como o endereço da casa ou da escola, ou o telefone de contato pessoal dos pequenos. Afinal, “O mundo lá fora é perigoso.” parece conselho de avó, mas é assustadoramente real.