No poema ``Vou-me embora `pra´ Pasárgada´´ de Manuel Bandeira, vê-se o eu lírico anunciando sua ida para um lugar utópico, objetivando fugir dos problemas e conflitos do mundo que o cerca. Contudo, tal fuga da realidade não se limita à poesia, uma vez que, na contemporaneidade brasileira, o governo e parte da população têm agido de maneira semelhante em vez de tentar superar, por exemplo, o desaparecimento de crianças. Nesse prisma, cabe analisar essa questão no país. Antes de tudo, nota-se que o poder público mosra-se ausente ao permitir o desaparecimento de crianças. Isso porque existe uma falha no processo de segurança pública, uma vez que há uma baixa quantidade de policeamento ostensivo, resultado da falta de investimento nesses, o que pode prejudicar a prevensão de crimes em meio a sociedade. Com isso, vê-se que o Estado não tem garantido o bem coletivo, rompendo, assim, o contrato social teorizado pelo filósofo John Locke. Também, evidencia-se que falta mobilização populacional para se alcançar, de fato, uma sociedade sem o desaparecimento de crianças. Prova disso é a falta de mobilização social ao não lutarem em prol da reformulação de reis existentes relacionada a investigação de desaparecimentos, visto que essas apresentam-se brandas em relação a intensificação na busca desses casos. Baseando-se nos estudos do sociólogo Zygmunt Bauman para explicar esse fato, vê-se que as pessoas têm aceitado quedros negativos, influenciadas pelo pessimismo da modernidade, desacreditando em sociedades utópicas. Convém, portanto, ressaltar que o desaparecimento de crianças deve ser superado. Para isso, é necessário exigir do governo, mediante audiências públicas, maior investimento no policeamento ostensivo, objetivendo uma melhor segurança para a população. Ainda, é fundamental sentibilizar as pessooas, via organizações não governamentais, sobre a importância do senso crítico diante dos descasos na segurança das crinças, para que se tenha o enfraquecimento dessa problemática. Ademais, deve ter o empoderamento do discurso de reformulão de leis mais bandas por mais efetivas, via campanhas midiáticas. Desse modo, a figa para Pasárgada se restringiria à poesia.