O livro ´´Resta Um´´, da jornalista Isabela Noronha , narra a comovente história de Lúcia, mãe de uma garota que desapareceu ao ir em aniversário na casa da amiga. Assim como Lúcia, muitos pais também convivem com o medo e a incerteza, de não sabem aonde o filho está, com quem está e se voltarão para casa um dia. Nesse cenário,o descaso do Estado em agir nesses casos, além de contribuir para o elevado no número de sequestros, também aumenta ainda mais o drama dessas famílias. Dados do Governo Federal apontam que 250 mil pessoas desaparecem todo ano, 40 mil são menores de idade. Dessa forma, crianças e adolescentes são vítimas preferidas dos sequestradores , pois são vulneráveis á exploração sexual, trabalho escravo e tráfico de órgãos. Diante disso, quando desaparecem, as crianças estão correndo risco de vida, logo, as primeiras 24 horas são decisivas para sua localização, por conseguinte, a polícia deve agir e não esperar apenas pelos populares, como já é habitual. A exemplo, do ocorrido em Araçariguama, quando uma menina de 12 anos, Vitória Gabrielly, só foi encontrada morta, passados 8 dias após seu desaparecimento, sem dúvida, se a policia tivesse agido com precisão e rapidez, esse não teria sido mais um final trágico e macabro. Para o filósofo Thomas Hobbes o Estado é o agente essencial para promover a paz e segurança dos cidadãos. Entretanto, no Brasil, essa responsabilidade política não é eficiente em casos de desaparecimento, principalmente, porque não existe uma Lei para organizar os órgãos públicos e orientar a população agilizando o processo. Desse modo, os milhares de desaparecidos por todo o Brasil dificilmente serão reencontrados e familiares amparados como deveriam. Diante do exposto, fica evidente que o Poder Público deve intervir; criando uma Lei específica para agir com rapidez, eficiência e profissionalismo, e organizando os órgãos de Segurança Pública e delegacias para melhor atender os pais que forem relatar desaparecimentos. Tal legislação também deve preparar uma equipe investigativa com cães farejadores e detetives que hajam em até 24 horas do sumiço. Se o de menor ainda não for localizado, o Estado em parceria com as emissoras televisivas, devem abrir um espaço obrigatório, em telejornais e programas de TV , para os parentes mostrarem fotos dos desaparecidos e o seu contato para quem souber de informações.