O desenvolvimento das tecnologias de geolocalização, como satélites e GPS, conferiram maior segurança quanto ao paradeiro das pessoas. Contudo, a falha no uso dessas ferramentas é evidenciado quando analisa-se o número elevado de desaparecimentos de crianças, por exemplo. Nesse contexto, e paralelamente a esse aspecto negativo, o Brasil ainda conta com a ineficácia do sistema de buscas de pessoas. Assim, mesmo com a Lei 11.259, que define a imediata investigação dos desaparecidos, o problema ainda não foi sanado. Dessa maneira, cabe ao Governo investir em monitoramento e em canais de denúncia, contando com o comprometimento da sociedade. É sabido que, nesses casos, apenas a mobilização física de contingentes policiais não é suficiente. Destarte, fica claro que é necessário um maior investimento em profissionais e serviços de inteligência para que as procuras sejam mais eficazes. Isso porque a atual situação vai contra a premissa básica do filósofo Thomas Hobbes, a qual afirma que o Estado deve garantir a segurança. Assim, o elevado número de crianças não encontradas corrobora o fato de que os órgãos governamentais não estão cumprindo o Contrato Social estabelecido hodiernamente. Convém ressaltar, também, que a proatividade da população também é importante para resolver a problemática. Nesse sentido, lamentavelmente, ainda perdura a ideia de que o sumiço de algum ente familiar, mesmo dos infantojuvenis, é algo que não ocorre cotidianamente e nem em qualquer família. Esse ideário de passividade contribui indiretamente para o aumento de casos, uma vez que o poder público não os veem como prioridade. Dessa maneira, deve ser priorizada a máxima kantiana de que ações devem ser realizadas de acordo com a vontade de que tornem-se universais. Assim, um maior engajamento minimizaria as ocorrências. Fica evidente, portanto, que é de suma importância um maior envolvimento, tanto por parte do Governo, quanto da própria população. Consoante essa premissa, o Poder Legislativo deve criar uma lei que otimize as buscas, obrigando todos os grandes distritos policiais a terem um serviço de inteligência eficaz. Para isso, deve definir a necessidade de equipamentos e treinamento de policiais, nas próprias delegacias, para a busca tecnológica e física das vítimas. Assim, mais casos serão solucionados. Ao Ministério da Justiça, cabe o papel de criar um canal telefônico específico para denúncias. Juntamente com essa medida, a população deve ser proativa e relatar possíveis sequestros. Isso aumentaria a realização de buscas e flagrantes. Somente assim o Contrato preconizado por Hobbes será honrado.