Desde o movimento intelectual centrado na ciência e razão (Iluminismo),entende-se que uma sociedade só progride quando um se mobiliza com o problema do outro. Contudo, quando se analisa o desaparecimento de crianças, no Brasil, hodiernamente, verifica-se que esse ideal iluminista é constatado na teoria e não desejavelmente na prática e a problemática persiste intrinsecamente ligada à realidade do país. Seja pela influência das redes sociais ou a precária fiscalização do sistema judicial brasileiro. É indiscutível que a inquisição constitucional e a sua aplicação estejam entre as causas do problema. Conforme o filósofo grego Aristóteles, a política deve ser utilizada de modo que, por meio da justiça o equilíbrio seja alcançado na sociedade. De maneira análoga, é possível perceber que, no Brasil, as crianças são influenciadas pelos meios tecnológicos, o que rompe essa harmonia. Tendo em vista, grupos formados na rede de internet por crianças e adolescentes, favorece no desaparecimento destes, pois muitos dos jovens, estabeleçem encontros em locais inapropriados para menores de idade. Com isso, as adversidades vivenciadas atualmente, como o álcool e as drogas, estimulam à desaparição de crianças diante da civilização. Ademais, destaca-se a ineficácia na procura por crianças desaparecidas, como impulsionador desse enigma. Segundo Émile Durkheim, o fato social é uma maneira coletiva de agir e de pensar, dotada de exterioridade, generalidade e coercitividade. Diante disso, observa-se que o desaparecimento de crianças está ligado, também, a demora no serviço de busca para encontra-los. Na qual, de acordo com o Ministério da Justiça, o número de crianças desaparecidas no Brasil, corresponde a 16% do total por ano. Sendo uma problemática para o cenário atual e futuro do país. É perceptível, portanto, que ainda há entraves para garantir a solidificação de políticas que visem à construção de um mundo melhor. Por conseguinte, o Governo Federal e Estadual, juntamente com os responsáveis das crianças, deve, promover campanhas publicitárias, buscando o uso legal nas redes sociais. Além disso, o Ministério da Educação (MEC) e da Justiça, imprescinde instituir, nas escolas, palestras ministradas por psicólogos e profissionais do sistema judicial, que discutam o combate a desaparição de crianças no Brasil. Afim de que, o tecido social se desprenda de certos tabus, para que não viva a realidade das sombras, assim como na alegoria da caverna de Platão.