No romance “Resta um” da jornalista Isabela Noronha conta a angústia de uma mãe cuja filha desapareceu misteriosamente. Nesse livro, a autora descreve a realidade de muitas famílias brasileiras que sofrem angustiadamente à procura de um ente querido. Embora, na sociedade contemporânea haja policiamento e direitos relacionados à garantia de uma vida digna a todas as pessoas, ainda é comum o desaparecimento de crianças sem preocupações maiores pelo Estado em conjunto à sociedade. Em primeira análise, o dilema do desaparecimento das crianças no Brasil é pouco visível, apenas os casos que são transmitidos nas mídias sociais, principalmente, nos programas de reportagens. Recentemente, o país chocou com o sumiço e morte da menina Vitória Gabrielly, de 12 anos, que brincava na rua de sua casa quando foi sequestrada. Mediante a isso, a baixa visibilidade sobre a questão dos desaparecimentos de crianças gera um distanciamento da sociedade em conjunto às dores das mães que perdem seus filhos, mas somente os casos levados a mídia que são investigados momentaneamente e acompanhados pela população e doloroso por todos. Simultaneamente, o desaparecimento de crianças não recebe uma atenção maior pelo Estado em conjunto à população, muitas vezes são esquecidas, restando apenas a dor da família. De forma criteriosa, se for tratado de maneira mais rigorosa, também dita pena de Talião, na reciprocidade do crime e pena, daria mais liberdade para as crianças viverem felizes no âmbito social sem sequestros. Dessa maneira, para muitas mães a dor da incerteza de como e onde está seu filho é mais dolosa do que a morte, visto que o encontro pouco previsto com o filho devido ao descaso para os desaparecidos. É evidente, portando, que os pilares do drama de crianças desaparecidas no Brasil estão diretamente ligados à má gestão de procura e a falta de empatia de toda a população diante o combate e reencontro de crianças. Isso deixa claro a importância do poder midiático e do o auxílio da sociedade e do Estado. Nesse caso, torna-se mais que necessário a criação de um departamento de desaparecimento de crianças, podendo ser acompanhado por todo território nacional, por meio de uma plataforma online de registro dos desaparecidos, a fim de que a sociedade possa estar próxima aos casos e oferecer ajuda nas buscas. Além disso, fica mais viável para o controle do Estado e das operações policiais para combater os sequestros e monitorar os casos, com o intuito de garantir o reencontro dessas crianças. Afinal, em conjunto, pode-se por um fim na realidade angustiante de muitas famílias e “resta um” sequestro para que todos se conscientizem.