Sociedade do Espetáculo O discurso de ódio nas redes sociais é impulsionado por hábitos da sociedade contemporânea. Onde o que é publico e o que é privado tem sua noção perdida e a liberdade de expressão é confundida com intolerância. É preciso traçar limites claros e não agir de maneira individual, a fim de devolver o equilíbrio no mundo virtual. De acordo com o Psicanalista Contardo Calligaris, na sociedade da contemporaneidade você vale o apreço que produz, no caso o número de “likes” de suas postagens. Na prática, ele explica que quando uma pessoa incita violência nas redes sociais e recebe “likes” por isso, ela não se vê como errada levando a perda da linha tênue entre se expressar e discriminar. Um bom exemplo disso são os grupos no Facebook criados para discutir hostilmente sobre a comunidade LGBT. O Teólogo Santo Agostinho já dizia, par a par com a liberdade anda a responsabilidade. Na prática, o uso consciente da internet é um desafio, dado que essa excede todas as fronteiras, tem a opção de anonimato e é uma rede integrada de informações que nem sempre são verdadeiras. Isso dificulta a fiscalização e aumenta a expansão de comentários abusivos, como aconteceu com a cantora Preta Gil que teve seu perfil invadido por um grupo onde criticavam sua raça, seu trabalho, seu corpo e muito mais. Uma maneira de diminuir essa situação é colocar as escolas e as famílias nessa luta, com o intuito de formar cidadãos conscientes da diversidade cultural e de opiniões que há no mundo. Além disso o mundo virtual precisa receber mais atenção da polícia, do judiciário e do legislativo para aprimoramento de normas e regras nesse campo. As relações sociais medidas pelas imagens impulsionam os discursos de ódio. Quando a desconstrução das mesmas for interrompida e a internet for fiscalizada corretamente, será possível compartilhar todos os seus benefícios sem que haja implicância ou inimizade.