Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: O discurso de ódio nas redes sociais e seus fatores impulsionadores

Redação enviada em 12/09/2018

José Saramago, em sua obra “Ensaio sobre a cegueira”, retrata a história de uma epidemia que deixava centenas de pessoas cegas. Entretanto, o autor promove uma análise sociológica contemporânea, na qual a perda da visão simbolizava uma cegueira moral em que os indivíduos passam a observar apenas os seus próprios interesses. Fazendo um paralelo com a realidade brasileira, é possível notar que muitos cidadãos estão visivelmente “cegos” por suas crenças e opiniões, dessa forma propagando o discurso de ódio nas redes sociais. Esse cenário hostil é fruto da sensação de anonimato e impunidade. Logo, urge a indispensabilidade da união entre representantes e civis para reverter esse quadro de guerra no ambiente virtual. Em primeiro plano, Stefan Zewig, escritor austríaco, relata em seu livro “Brasil, um país do futuro”, as riquezas e impressões positivas acerca do país. Contudo,na atual conjuntura, quando se observa o crescimento exponencial do discurso de ódio, questiona-se a previsão feita por Zweig. Dentro dessa lógica, o contínuo aumento de discursos racistas, homofóbicos, misóginos nas redes sociais são catalisadores para construção de um ambiente desarmônico no meio virtual. Por exemplo, a jornalista do Jornal Nacional, Maria Júlia Coutinho, foi vítima de comentários racistas no Facebook, em 2015. À vista disso, a sensação de impunidade fomenta,infelizmente, o número de casos como o da jornalista. Destarte, StaferNet, ONG que combate os crimes de violação aos Direitos Humanos, representa uma evolução na resolução dessa problemática nas redes sociais. Dessa maneira, é necessário aumentar as fiscalizações,assim, desconstruir a sensação de impunidade. Outrossim, os estigmas do individualismo corroborados pelo caráter efêmero das relações interpessoais com presumiu Zygmunt Bauman - acarretam uma naturalização dessa problemática pelos indivíduos. Sobre esse aspecto, o fortalecimento de uma sociedade que não se escandaliza com os crimes cibernéticos, por consequência alimenta a perpetuação dessa questão. Nesse viés, o crescimento exponencial de “haters” (odiadores, em português) é um impasse para a manutenção do espaço cibernético digital. Desse modo, é dever dos cidadãos denunciar e repudiar a propagação dos “haters”. Tornam-se prementes, portanto, mediações para reverter essa questão na sociedade. Primeiramente, é urgente que o Congresso Nacional, direcione capital que, por intermédio do Ministério da Justiça, será revestido em criação de delegacias e centros de investigação especializados em crimes virtuais, por meio de funcionários que monitoram as postagens irregulares e,assim, retirá-las de circulação. Ademais, a mídia televisiva e cibernética, em conjunto com Ong’s, por exemplo a StaferNet, deve incentivar por meio de discussões no meio midiático, por meio das redes sociais, como Facebook e Instagram, com intuito de incentivar o papel do internauta em denunciar os casos de discurso de ódio.