A liberdade de expressão é um direito civil conquistado através da luta contra o absolutismo real que imperou durante, principalmente, os séculos XVII e XVIII com os reis absolutistas. É um direito importante para a manutenção da democracia, pois proporciona à coletividade o acesso a uma gama variada de ideias, dados e opiniões livres de censura. No entanto,um fato recorrente na atualidade é o mau uso desse direito nas redes sociais, em que alguns usuários que as utilizam propagam discursos de ódio contra uma pessoa ou um grupo em virtude da raça, religião, orientação sexual, condição física, entre outros, ultrapassando, assim, os limites do direito de expressão e adentrando na imbecilidade do preconceito, já previsto pela lei como crime. Em uma primeira análise, cabe pontuar que a Revolução técnico-científica , que se iniciou em meados do século XX, possibilitou um mais fácil acesso às tecnologias por grande parte da população. Nesse cenário, a globalização aperfeiçoou a troca de ideias e opiniões em escala mundial através das redes sociais. Dentro desse contexto, percebe-se a preferência pela homogeneidade do pensamento no mundo virtual, e quando ocorre o encontro de opiniões antagônicas, as redes se tornam os locais ideais para disseminação de ofensas, motivada pelo ódio gratuito e intolerância ao diferente. Com isso, é possível dizer que Sócrates, filósofo da antiguidade que incentivava o debate e a troca de ideias para se alcançar a maiêutica, a concepção do saber, estaria desapontado com a sociedade atual. Outrossim, destaca-se a falta de empatia associada à possibilidade do anonimato nas redes sociais como colaboradores desses discursos de ódio tão comuns. Esses são direcionados, na maiorias das vezes, às minorias, como os negros, a comunidade LGBT e os adeptos de religiões não-cristãs, revelando que a falta de empatia e o preconceito enraizado na população são motivadores para os insultos, que muitos vezes se configuram como crimes e propagam a cultura da intolerância. De forma colaborativa, também, a possibilidade do anonimato que a internet propicia dá a falsa impressão aos insultadores de que suas ofensas podem ficar impunes, transformando, então, essa prática em algo gradativamente mais comum. Diante do exposto, percebe-se a necessidade de se combater o discurso de ódio virtual. É necessário, então, que o Governo Federal trabalhe em conjunto com os moderadores das redes sociais, com intuito de monitorar mensagens públicas preconceituosas, além de incentivar e analisar as denúncias feitas por usuários a respeito de determinados comentários que possam ser ofensivos, banindo o autor da rede social e o Estado deve aplicar a punição cabível, através do poder judiciário, de acordo com a lei que o comentário infringiu. Dessa forma, o anonimato não se torna um benefício mais e o discurso de ódio se torna mais escasso. Por fim, o Governo Federal pode lançar campanhas socioeducativas nas próprias redes, incentivando a tolerância e o respeito ao próximo, para que hajam pessoas mais empáticas a cada dia.