O discurso de ódio utilizado no presente, principalmente, através das redes sociais tem como finalidade insultar, perseguir e justificar a privação dos direitos humanos. Esses que foram preceitos adotados pela ONU na Declaração Universal dos Direitos Humanos, no qual visa assegurar a base do respeito à dignidade humana. Com isso, no Brasil este tipo de ato é alimentado por causa da noção de impunidade na esfera digital e, consequentemente, a disseminação extremamente rápida de conteúdos. Em primeiro plano, de acordo com a literatura e sociologia, o brasileiro foi muitas vezes tratado como cordial e hospitaleiro, entretanto, infelizmente, não é isso que se verifica nas redes sociais. Esses instrumentos amplificaram os discursos de ódio já existentes no nosso dia a dia, assim, apenas ocorre nas redes o que os indivíduos são na vida off-line. Por conseguinte, o ambiente em rede dar a possibilidade de um pretenso anominato e a confortável reclusão atrás da tela do computador, facilita que cada um desperte seus piores pensamentos e crenças. Enfim, no discurso de ódio, a análise é mais particular, sem pensar em ambos os lados, sendo uma característica egoísta, empática e ilusória. Em segundo plano, conforme um levantamento feito pelo projeto Comunidade que Muda, cerca de 84% das mensagens brasileiras publicadas nas redes de compartilhamento apresentam abordagem negativa. Caso exemplar ocorreu com a filha adotiva do autor Bruno Gagliasso que foi alvo de constantes ataques de discriminação racial, devido unicamente a esses não seguirem o ultrapassado padrão tradicional de família brasileira. Nesse contexto, verificar-se a importância de combater estas práticas, por exemplo, através de um aplicativo criado pelo Laboratório de Estudos em Imagem e Cibercultura da Universidade Federal do Espírito Santos (UFES), no qual tem como função monitorar postagens nas redes sociais que reproduzam mensagens de ódio, racismo, intolerância até as quais incitem a violência. Analisando os fatos supracitados, fica evidente, portanto, a necessidade de criar mecanismo para que mude a realidade digital, tirando a falsa idéia de anominato e impunidade. De maneira que as principais plataformas disponíveis devem legislar, executar e monitorar as leis de uso, impondo as mesmas punições de quem faz isso fora da internet e estabelecer a perda da conta como usuário. Assim, será possível viver na sociedade preconizada por Emile Durkheim, na qual a socialização é preciso existir no ambiente social, porém de forma concisa e respeitosa.