Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: O discurso de ódio nas redes sociais e seus fatores impulsionadores

Redação enviada em 11/05/2018

Segundo pesquisas realizadas pelo projeto Comunica que Muda, 84% das menções online sobre temas como racismo, mulheres e homofobia são negativas e possuem caráter segregacionista. Tais dados comprovam a preocupante realidade do discurso de ódio nas redes virtuais, fruto da incitação à violência e do reforço de preconceitos existentes na sociedade, vivenciada pelas minorias. Porém, a superação dela é essencial para que o Brasil se desenvolva de forma mais igualitária, garantindo o a preservação dos direitos humanos. Nesse sentido, percebe-se que uma mudança no cenário de indiligência social em relação ao discurso de ódio é necessária e deve ser realizada concatenadamente com o suporte estrutural do país. A princípio, é possível notar que a difusão de diversas concepções preconceituosas foi legitimada pela sociedade durante séculos de história, como o colonialismo europeu, que usava a ideologia de superioridade para justificar a dominação e a intolerância praticadas. Assim, percebe-se que o discurso de ódio virtual é derivado da persistência de intolerâncias étnicas, culturais e religiosas, já que não há interferência social suficiente a fim de mudar tal situação. Prova disso é o combate virtual feito pelo Movimento Contra o Discurso de Ódio criado na Europa que, sem a adesão popular necessária, não soluciona os crimes virtuais na mesma velocidade em que eles são cometidos. Com isso, atitudes agressivas continuam a acontecer pela escassez de engajamento social para solucionar o impasse, o que evidencia a forma como o individualismo contemporâneo, descrito por Zygmunt Baumam, é prejudicial para a garantia de direitos sociais. Por outro lado, apesar desse trágico panorama, o discurso de ódio nas redes sociais é corroborado pela negligência governamental e imprecisão das leis. Isso se deve ao fato de que ainda que o preconceito étnico-racial seja criminalizado no Brasil, não há uma legislação específica para esse tipo de discurso nas redes tal qual ocorre nos países desenvolvidos, como a Alemanha. Dessa forma, as minorias sociais, que já são vítimas de forte preconceito ainda que haja respaldo criminal, sofrem uma marginalização ainda maior virtualmente e podem apresentar danos irreversíveis. Bom exemplo disso é o caso da negra Rehtaeh Parsons, de 17 anos, que se suicidou após receber comentários racistas e preconceituosos na internet. Dentro dessa lógica, nota-se a rede virtual como impulsionadora da violência devido à sensação de impunidade e ao estímulo à perpetuação de agressões pela falha na responsabilidade social a partir do compartilhamento de publicações de teor negativo. Logo, para que o combate ao ódio nas redes sociais não permaneça como um desafio no mundo contemporâneo, é necessário que todas as esferas sociais se mobilizem. O Poder Legislativo, deve criar uma lei que para criminalizá-lo e a fiscalização dela deve ser realizada pela Agência Nacional de Autorregulamentação da Internet, em parceria com as redes sociais. Assim, os discursos preconceituosos seriam identificados e os agressores penalizados por multas, diminuindo a impunidade deles. Outrossim, o Conselho de Autorregulamentação Publicitária (CONAR) deve estimular, por meio de todos os canais de comunicação, campanhas publicitárias informativas sobre projetos contra o discurso de ódio e a relevância desse tema para a sociedade, objetivando estimular a maior adesão popular aos projetos e conscientizar cada indivíduo de que o comportamento dele na rede virtual repercute em milhares de vidas.