Título da redação:

O discurso virtual de ódio no Brasil

Tema de redação: O discurso de ódio nas redes sociais e seus fatores impulsionadores

Redação enviada em 22/05/2018

Desde o Iluminismo, entende-se que uma sociedade só progride quando um se mobiliza com o problema do outro. No entanto, quando se observa atualmente no Brasil os discursos virtuais de ódio, verifica-se que esse ideal é constatado somente na teoria e não na prática, na qual a realidade persiste inerentemente ligada à realidade do país, seja pelo preconceito enraizado na sociedade, seja pela impunidade nos crimes virtuais. Em primeiro lugar, embora não haja uma legislação específica para os discursos de ódio nas redes sociais, eles são considerados crimes, pelo fato de discriminarem o próximo. Contudo, esses crimes partem de preconceitos enraizados na sociedade, como racismo, homofobia e machismo, por questões políticas, culturais e históricas, como modelo a Revolução Industrial, cujas mulheres não possuíam o sufrágio, além de serem tratadas como inferiores. Deste modo, com o avanço da tecnologia, o preconceito foi transposto para as redes sociais, transformando-se em crime virtual, na qual as vítimas acabam por sofrer problemas psicológicos, como mostram dados do jornal O Globo em 2017 cujo 1 em cada 5 jovens que sofrem depressão, a causa é o discurso de ódio. Outrossim, é indubitável que a questão constitucional está entre as causas do problema. Segundo a Constituição de 1988, todo cidadão é igual e possui os mesmos direitos, porém, quando se observa a impunidade dos crimes virtuais relacionados aos discursos de ódio, tanto pela falta de um canal próprio para este tipo de denúncia, como a falta de delegacias especializadas, averígua-se que ambos são impulsionadores do problema. Assim, muitas vítimas acabam por não denunciar por medo de sofrerem represálias e os culpados ficarem impunes, além de que, quando resolvem denunciar o crime, não possuem um ambiente específico para registrarem. Logo, é evidente que ainda há entraves para combater esse problema. Destarte, o Ministério da Educação em parceria com o Ministério da Saúde deve proporcionar palestras ministradas por psicólogos com o intuito de mostrar aos alunos que todos cidadãos são iguais e que discurso virtual de ódio é crime, podendo assim desenraizar nos jovens o preconceito que acompanha a sociedade, além de mostra-los que não devem denegrir o próximo. Assim como a Polícia Civil deve criar delegacias especializadas com setores próprios para análises de crimes virtuais, para que os culpados possam ser identificados e detidos, sendo que assim a liberdade de se expressar nas redes sociais não se torne uma ameaça, como também deve criar um canal de comunicação específico e seguro para que as vítimas possam compartilhar suas denúncias por telefone ou pela própria internet, anonimamente ou não, sempre garantindo sua total segurança, para que assim os crimes virtuais possam ser combatidos.