Na Antiguidade Clássica, o engajamento político era considerado uma virtude do ser, desse modo, o desenvolvimento da vida pública ativa era estimulado por meio do ensino e do convívio social. Segundo Aristóteles, as ações políticas deveriam buscar o debate de ideias e a exposição da diversidade de opiniões com o intuito principal de assegurar o bem comum e, por conseguinte, permitir o afloramento das habilidades individuais. Todavia, os governantes brasileiros, historicamente, priorizam os desejos de pequenos grupos sociais detentores do poder econômico, consequentemente, distanciam-se dos anseios e das necessidades da população. Logo, o afastamento do corpo civil das ações públicas caracterizam os atuais regimes nacionais. Nesse contexto, cabe perguntar: como utilizar o voto como um meio para promover transformações sociais necessárias no Brasil? Primeiramente, a representatividade ínfima associada aos frequentes escândalos de corrupção não só ilustram a degeneração da democracia, como também contribuem diretamente para a generalização da apatia social em relação ao uso dos direitos políticos. A mídia expõe diariamente os governantes que usufruem do bem público em prol de fins individuais, assim, o cidadão comum não consegue se identificar com os representantes eleitos. Consequentemente, o meio social torna-se extremamente distanciado do engajamento político, os indivíduos não são capazes de reconhecer a utilidade do Estado e do voto. Os direitos políticos foram conquistados por meio de greves e protestos durante o período ditatorial, contudo, atualmente são menosprezados e subutilizados pelo corpo civil. A ciência política é a principal forma de assegurar o bem-estar da coletividade. A decisão conjunta da sociedade só é expressa plenamente por meio do voto consciente. O corpo civil é o responsável pela escolha dos futuros representantes. Portanto, o indivíduo deve praticar a cidadania ativa com a finalidade de analisar o históricos e as propostas dos candidatos para definir o melhor representante para as necessidades da comunidade. A eleição consciente possibilita uma maior aproximação do cidadão com as políticas públicas e, consequentemente, estimula a exigência do cumprimento dos deveres estatais. Logo, o voto é o princípio para o desenvolvimento não só da virtude de Aristóteles, como também para busca engajada de transformações sociais com o fito de melhorar o território. Assim, dada a importância da política para o crescimento do sumo bem das cidades, é preciso estimular a pratica consciente de tal. Cabe às instituições de ensino a ampliação do debate de ideias no âmbito escolar por meio da criação de grêmios estudantis a fim de promover o contato com as ações públicas desde a tenra infância, e a longo prazo, formular uma sociedade interessada nos acontecimentos políticos dentro da própria comunidade. Ademais. o Estado deve financiar campanhas publicitárias com o fito de sensibilizar a sociedade civil sobre a relevância do voto para definição de um futuro melhor para o Brasil.