Na década de 1930, o Brasil, pela primeira vez, democratizou o acesso ao voto com a criação do Código Eleitoral. Contudo, tal benefício foi anulado cerca de trinta anos depois, com a instituição da ditadura militar no país. Nesse contexto de agressão à democracia, ficou clara a importância que a escolha de representantes públicos possui para a melhora da qualidade de vida geral. O processo de redemocratização, assim, contou com ampla participação social, e para que tal engajamento persista, é dever do Governo alertar a população sobre a importância do voto como agente transformador da realidade, ao mesmo tempo em que a eleição de candidatos seja feita de modo consciente. Outrossim, a mudança dos parâmetros estabelecidos hodiernamente passa necessariamente pela cidadania participativa, ou seja, do efetivo posicionamento crítico, por parte da sociedade, sobre os problemas atuais. Nesse sentido, agravantes que parecem não ter solução, como os preconceitos de gênero, classe, a corrupção, entre outros, só serão superados com a proatividade dos cidadãos. Essa ideia vai ao encontro do pensamento do filósofo Norberto Bobbio, o qual defende que o homem não teria alcançado o possível, na política, se muitas vezes não tivesse tentado o impossível. Assim, fica clara a relevância que a tomada de decisões conscientes possui para superar os desafios sociais. Segundo a filósofa Hannah Arendt, o poder surge onde as pessoas agem em conjunto, mas não onde se fortalecem como indivíduos. Tal concepção expõe que os abusos de autoridade, comuns em órgãos administrativos do país, podem ser minimizados mediante a união de forças contra tais abusos. Isso deve ser feito através do voto, que deve ser definido após a investigação da vida pública de representantes populares, bem como da viabilidade de suas propostas para o futuro. Dessa maneira, fica claro que a corrupção, a qual impede o pleno desenvolvimento da sociedade, só será combatida com o exercício dos direitos cidadãos. Portanto, é de suma importância que, tanto os setores governamentais, quanto o próprio povo, promovam a valorização do voto. Para isso, o Ministério da Educação deve aumentar a ênfase sobre o assunto, definindo a realização de semanas políticas abertas ao público, nos ensinos médios de escolas públicas e privadas, a serem elaboradas em aulas de História e Sociologia, com a ajuda de professores e ativistas políticos - aumentando o esclarecimento geral. À população, cabe o papel de fazer pesquisas eleitorais, a partir do acesso a sites governamentais e aos oficiais dos candidatos e principais jornais e revistas, com a finalidade de analisar pontos de vistas diferentes sobre essas questões e desse modo escolher políticos de forma mais séria. Somente assim o poder da Democracia conduzirá à uma sociedade justa.