Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: O direito de votar: como fazer dessa conquista um meio para promover as transformações sociais de que o Brasil necessita?

Redação enviada em 22/08/2018

Conquistado em 1988, o direito ao voto universal no Brasil ilustra o processo de redemocratização após anos de ditadura e opressão popular. Tal advento, por integrar à população o dever de escolha dos seus representantes, é o principal meio para a promoção das transformações sociais carecidas pelo país. Para isso, são necessárias mudanças que não só combatam a corrupção, como atenuem os privilégios excedidos na política brasileira. Em primeiro plano, é inegável a acentuação da política corrompida no Brasil. Conforme a Transparência Internacional, o país caiu 17 posições no ranking das nações menos corruptas do mundo. Nesse cenário, uma vez que a translucidez política ainda não é garantida, principalmente em anos eleitorais e mesmo com o fator da Lei da Ficha Limpa (criada em 2010), que não impediu o ex-presidente Lula, atualmente condenado, de tentar sua terceira candidatura e, conforme dados do Datafolha, continuar na liderança das intenções de voto, é necessária uma configuração política e social para, assim, o direito ao voto ser exercido funcionalmente e em prol das necessidades do Estado. Em segunda parte, vale ressaltar que, embora conquistada a benesse ao voto, a população não escolhe sobre as decisões acerca dos benefícios fornecidos aos cargos políticos. Haja vista o entrave exposto, já em 2018 deputados e senadores votaram sobre a elevação dos seus próprios salários, que, em números, chegam a 40.000 reais, além dos direitos como auxílio moradia e de passagens aéreas. Desse modo, o dinheiro público é gasto com regalias enquanto poderia, por meio do voto popular consciente, promover as mudanças necessárias em setores como: educação, saúde e segurança. Por isso, e a julgar pelo pensamento do psicólogo Vygotsky, que direciona ao meio no qual estão inseridos a responsabilidade das influências sofridas pelos indivíduos, urge que o TSE- Tribunal Superior Eleitoral- atue de maneira mais rigorosa quanto ao cumprimento das leis de condição eleitoral para assegurar a concorrência apenas de candidatos cabíveis ao cargo e garantir o real aproveitamento do direito ao voto. Ademais, o Ministério da Educação, aliado ao Ministério da Cultura, poderá dar início a uma campanha que não apenas informe nas escolas sobre os riscos de eleger candidatos envolvidos com corrupção, mas, também, eduque nacionalmente acerca das votações que ocorrem em plenários e sobre os benefícios oferecidos aos políticos do país para que, assim, os eleitores possam cobrar por emendas que atenuem esses gastos aplicando-os em setores desprovidos de verba. Dessa maneira, a luta pelo voto universal será, aos poucos, recompensada.