De acordo com a Constituição Federal de 1988, construir uma sociedade justa e igualitária constitui um dos objetivos da República Federativa do Brasil. De fato o direito ao voto é estreado à todos os indivíduos, independente de sua patente social. Entretanto, é perceptível que o objetivo do voto, que é o de representação popular , nem sempre é atribuído como tange a Constituição.Com efeito ,não há dúvidas de que a falta de representabilidade por parte dos políticos atrelados aos altos índices de corrupções eleitorais, são os principais fatores que impedem a essência do direito que o voto impõe à população. Em primeiro plano, é necessário compreender que o direito ao voto universal foi pleiteado por muito tempo no Brasil. Somente em 1980, com o movimento "Diretas Já" o voto foi implantado para todos independente da condição financeira e do nível escolar. Esse evento marcou grande comoção social, pois a partir daí, a regalia de escolher o representante estava consolidada. Com o passar dos anos, pode-se perceber que essa garantia assume contornos específicos,em que muito candidatos não estão preocupados em promover transformações sociais no país ,e sim obter poder político. Portanto, não é razoável continuar com essa falta de representatividade por parte dos políticos ,o que deve ser repudiado em um país democrático. De outra parte, o sociólogo Zygmunt Bauman defende, na obra "Modernidade Líquida", que o individualismo é uma das principais características da pós-modernidade, onde a obtenção de lucro ,mesmo que inconcesso, é uma das medidas mais utilizadas na sociedade capitalista atual. Nesse sentido, é perceptível que os gigantescos números de compra de votos demonstram como a maioria dos cidadãos ignoram o poder do voto, sendo que apenas uma menor parcela do eleitorado vota livre e conscientemente em candidatos comprometidos com as causas sociais e bem-estar social. Não há dúvidas de que a venda do voto campeia a corrupção e o descaso político, promovendo o retrocesso. Urge,portanto, que indivíduos e instituições públicas cooperem para que, por meio do voto, tenha a promoção de transformações sociais. Cabe ao cidadão repudiar qualquer ato de compra e venda de votos eleitorais, tomando consciência de que com atos de corrupção o país só regride. Ao Ministério Público, por sua vez, compete promover ações judiciais pertinentes, como uma melhor elucidação do que tange a constituição, mostrando à população os seus direitos e deveres políticos, por meio de palestras e debates públicos. Dessarte ,observada a ação conjunta entre população e poder público alçará o país a verdadeira posição de Estado Democrático de direito, como afirma a Lei Federal ,além de romper com as teses individualistas aludidas por Bauman.