De acordo com Émile Durkheim, a sociedade pode ser comparada a um corpo biológico por ser, assim como este, composto por partes que integram entre si. Dessa forma, para que o organismo seja igualitário e coeso, é necessário que todos os direitos dos cidadãos sejam garantidos. Contudo, no Brasil, isso não ocorre pois em pleno século XXI, o direito de votar, como meio para promover transformações sociais, surge como grande desafio. Esse quadro é resultado da carência de uma estrutura especializada no acompanhamento deste setor, bem como a lenta mudança de mentalidade social. A princípio cabe analisar a questão constitucional e sua aplicação como causas do problema. De acordo com Thomas Hobbes, a intervenção estatal deve ser utilizada, por meio da justiça, para que haja o equilíbrio social. Porém, é notável que o poder público não cumpre seu papel como agente responsável pelo bem comum, haja vista que a corrupção está presente em toda a esfera administrativa caracterizando um irrespeito com a cidade brasileira que busca, por meio do voto, eleger candidatos que promovam transformações, como a desigualdade social e a erradicação da pobreza. Desse modo, é imprescindível o combate à corrupção como forma de amenizar este fenômeno. De outra parte, destaca-se a desconfiança populacional como impulsionador do problema. Segundo Durkheim, o fato social e uma maneira coletiva de agir, dotado de exterioridade, generalidade e coercitividade. Nessa perspectiva, se observa que a descrença frente a questão do voto pode ser encaixada na teoria do sociólogo, uma vez que, segundo pesquisas no jornal " Folha de São Paulo " cerca de 33% dos brasileiros voltam por obrigação, e 18 destes já venderam os seus votos. Assim, o fortalecimento deste pensamento afeta grande parte dos cidadãos, agravando o problema no Brasil. Portanto, é necessário pontuar que os postos de voto e as urnas são os únicos lugares no sistema político que todos têm o mesmo peso e são iguais. Logo, para termos uma nação mais democrática é de extrema importância que a família e a escola atuem em conjunto, através do ensino da Constituição e leis básicas da sociedade, para ativação de um senso político e crítico, além de incentivar o envolvimento em causas e movimentos da sociedade. Ademais Cabe à mídia juntamente com o poder público promover uma conscientização da população acerca das responsabilidades de votar. Destarte será possível promover o reconhecimento do voto e concomitantemente a reconstrução do tecido social brasileiro, de modo que se desenhe um futuro melhor.