Na maioria dos Estados nacionais hoje existentes, como o Brasil, a democracia dá-se no modelo representativo. Para assegurar a prevalência dos interesses da população, os considerados cidadãos têm garantido pela Constituição federal o direito ao voto, capaz de condicionar transformações sociais se utilizado em sua plenitude. Percebe-se, no entanto, enorme ineficiência nesse dispositivo legal, motivada tanto pela desinformação quanto pela falta de transparência no processo eleitoral. O filósofo grego Aristóteles registrou em suas obras que virtuoso é aquele que participa ativamente da política. Em contraste, é presente na maioria dos eleitores o entendimento de que o voto seria apenas uma obrigação estabelecida pela burocracia estatal. Essa noção equivocada, consequência da desinformação sobre os papéis do Estado político, faz com que a validade social do voto se comprometa, tornando assim o Estado um agente ineficiente na resolução de inúmeros problemas sociais, tão imperativos na realidade brasileira. Por outro lado, a lisura do processo eleitoral ainda não é totalmente assegurada, principalmente no Brasil. Pesquisas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) comprovam que as urnas eletrônicas, em que se computam os votos, são passíveis de fraude. Nessa situação, a soberania popular dá lugar à cleptocracia, exemplificada pelos descomunais desvios de verbas públicas, cujo objetivo é justamente proporcionar assistência aos mais diversos setores da população, tendo em vista promover o desenvolvimento social. Na linha dos argumentos supramencionados, faz-se necessário tomar medidas para que o direito ao voto seja inalienável e capaz de transformar a realidade social. Cabe aos governos federal, estadual e municipal, em parceria com o Ministério da Comunicação, veicular propagandas que suscitem no eleitor o desejo de se informar sobre o voto e sua importância, para combater a desinformação. Ademais, é dever do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) acelerar a implantação do voto impresso, em detrimento de urnas eletrônicas, para impedir fraudes no processo eleitoral. Somente assim a representatividade pode mostrar sua eficiência.