Título da redação:

O voto no Brasil contemporâneo

Tema de redação: O direito de votar: como fazer dessa conquista um meio para promover as transformações sociais de que o Brasil necessita?

Redação enviada em 15/04/2018

Muito se tem discutido, atualmente, acerca das eleições que se aproximam. Todavia, pouco se discute sobre a árdua história por trás do simples ato de votar por um representante político. Foram séculos de História para que a democracia se instalasse em quase todo o mundo, incluindo o Brasil. O direito de votar, para as mulheres, exigiu ainda a luta das mulheres sufragistas no século passado. “Nossa arma é a opinião pública”, dizia um dos cartazes na Inglaterra na primeira década do século XX. A opinião pública se dá pelo voto, e muitos brasileiros não valorizam tal ato, capaz de mudar a realidade de todo o país. Em 1988, com o fim da ditadura militar, a população brasileira pode enfim escolher seus representantes políticos. A luta pelo voto custou a vida de dezenas de militantes perseguidos pela repressão, e, enfim, o voto tornou-se obrigatório. No entanto, existem pessoas desinteressadas pela política, e mesmo assim são obrigadas a votar. A população não politizada, seja por opção própria ou por falta de acesso à informação, acaba votando em candidatos aleatórios, ou votando em branco. Por sua vez, essa atitude afeta todo o conjunto político da nação, com resultados após a apuração das urnas. Ademais, por consequência, muitos dos deputados em vigência não foram eleitos diretamente, por puro desconhecimento da máquina pública. De acordo com o jornal El País, existem 513 deputados na Câmara e, desse número, apenas 36 foram eleitos por voto majoritário. Poucos sabem que, a partir desse eleito, outros deputados do partido também conseguem uma vaga no sistema. Sabe-se que, para muitos cidadãos, o mais importante é escolher um bom governante, prefeito e presidente. Isso exemplifica a falta de conhecimento sobre a ação de deputados e senadores, que também exercem importante papel no governo de uma nação. Citando o ex-presidente americano Abraham Lincoln: "O voto é mais forte que a bala." De acordo com o exposto anteriormente, faz-se necessário, acima de tudo, conscientizar os brasileiros sobre a importância de votar e conhecer o sistema político democrático, bem como ater-se sobre os acontecimentos e atuantes da política nacional. Para isso, é imprescindível que o Ministério do Desenvolvimento Social prepare cartilhas educativas, bem como cabe ao Ministério da Educação a aplicação de matérias escolares no Ensino Médio que abrangem o assunto e a Constituição. Concomitantemente, o voto não deve ser obrigatório, pela contradição de, em uma democracia, uma pessoa seja obrigada a votar contra sua vontade. Com tais medidas, a democracia será de fato do povo para o povo, como dizia Abraham Lincoln, e formar-se-á cidadãos conscientes de seu papel na máquina pública.