O voto é a principal forma de obter mudanças sociais e políticas em um regime democrático. No Brasil, o voto direito e secreto é uma conquista histórica, proporcionada por anos de manifestações e alimentada por séculos de opressão e autoritarismo. Apesar disso, boa parte da população brasileira ainda não vê o voto como uma ferramenta de mudança, mas como uma simples obrigação imposta pelo Estado. Historicamente, o direito ao voto no Brasil existiu somente para as grandes oligarquias, que detinham grande poder aquisitivo. Essa situação, oficializada pela constituição de 1824 e maquiada pelo voto de cabresto durante a República Velha, só começou a mudar com a Revolução de 1930, onde o voto feminino foi garantido, porém, a maior demonstração de clamor popular pelo direito ao voto direto secreto só ocorreu na década de 1980, com as Diretas já. Portando, é notável que o direito ao voto para todos é fruto de grandes conquistas alcançadas principalmente após o fim da ditadura militar, além de ser algo inédito na história do Brasil. Apesar da conquista do direito a votar, a população brasileira ainda não sabe como usufruir desse direito fundamental a uma democracia. Na obra O Triste Fim de Policarpo Quaresma, do autor pré-modernista Lima Barreto, o personagem principal, Policarpo, é dotado de um sentimento patriótico, o que o diferencia das outras pessoas, as quais veem policarpo com grande relutância. A análise da obra de Lima Barreto, permite ao leitor perceber a importância de manter um sentimento patriótico, o que permite uma conscientização sobre a importância do voto consciente. Nesse contexto, é visível que há necessidade de uma mudança nessa problemática. Cabe então ao Estado, por meio de campanhas midiáticas e a escola, promoverem uma conscientização da população acerca da responsabilidade de votar, além de enfatizar o voto como um ato patriótico que deve ser em benefício a todos. Assim, poderá haver maior responsabilidade no ato de votar, proporcionando, consequentemente, o desenvolvimento do país e o fortalecimento do regime democrático.