O direito de votar nem sempre existiu da forma como se conhece hoje. Antigamente, na fase imperial, as eleições para deputados e senadores eram rodeadas de fraudes e somente uma parte da população podia votar, excluídos os escravos, os de baixa renda e as mulheres. Com o passar do tempo, esse direito começou a abranger mais pessoas, porém, como ele não era secreto, os eleitores eram coagidos. A partir da Era Vargas, o voto tornou-se secreto e as mulheres também podiam exercer seu direito. Em seguida, com a ditadura, ele ficou suspenso e durante 20 anos não houve eleições diretas para presidente. Contudo, com o movimento das Diretas Já e a promulgação da nova Constituição Federal, ele, enfim, transformou-se em universal e secreto. Portanto, tal triunfo deve ser valorizado e visto como algo de extrema importância para o Estado Democrático de Direito. Ademais, segundo a Constituição, todo poder emana do povo que o exerce por meio do voto, ou seja, a mudança que a população tanto pede está, justamente, em suas mãos. Todavia, para que essas transformações sociais de que o país tanto precisa aconteçam, deve-se fazer desse direito e conquista um caminho para modificar a atual realidade brasileira. A priori, é necessária uma conscientização de que o voto não é obrigação e sim uma chance de melhorar o país, devendo ser feito com responsabilidade. Para que isso ocorra, é essencial que o Ministério da Educação acrescente à Base Comum Curricular a educação política, a fim de que as crianças e adolescentes cresçam com uma mentalidade diferenciada sobre o tema. Com isso, além de atingir diretamente eles, os pais certamente também serão alcançados de forma indireta, visto que tudo o que é aprendido em sala de aula chega até as casas dos alunos. Em segundo plano, o Governo Federal deve investir mais em campanhas educacionais e de conscientização, com o objetivo de alcançar a população votante. Para que sejam eficazes, essas campanhas devem circular durante todos os anos e não apenas nos períodos eleitorais. Além disso, é preciso utilizar meios de massa de longo alcance, como televisão, internet e rádio, para que toda a sociedade tenha acesso ao material, mudando, assim, a médio prazo, o pensamento das pessoas sobre a importância do voto. O voto é um instituto de valor imensurável e é através dele que a sociedade democrática existe. Logo, a população deve utilizar essa ferramenta de forma útil para transformar o Brasil.