Título da redação:

A falta de educação política brasileira

Tema de redação: O direito de votar: como fazer dessa conquista um meio para promover as transformações sociais de que o Brasil necessita?

Redação enviada em 29/04/2018

O Brasil República passou por diversas transformações no direito de votar, algumas permissivas para a época, como na Era Vargas, outras restritivas, como na República Oligárquica e na Ditadura Militar. No entanto, um ponto em comum, possível de se observar em todas elas, é a falta de consciência do eleitor brasileiro sobre a importância e os efeitos dessa conquista democrática. A fim de se resolver o problema, alguns tópicos devem ser analisados, como a importância do voto para o exercício da cidadania e a falta de educação política no Brasil. O Estado Democrático de Direito, que é umas das características da República Federativa do Brasil, trás consigo um direito conquistado com muito esforço pela população, por meio de revoluções como a de 1930 e a Diretas Já, que é o voto. Logo, o exercício da democracia está na possibilidade de o cidadão exercer a soberania popular, que se concretiza pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto na escolha dos governantes. Nesse contexto, eleitor tem em suas mãos um importante instrumento de mudança política e social, portanto não há democracia sem voto. No entanto, é inegável que uma sociedade que não sabe votar é vulnerável às ideologias dos partidos políticos dominantes, conforme explica Pierre Bordieu. Segundo o sociólogo francês, a população mal instruída torna-se uma “massa de manobra”, obedecendo aos interesses políticos de determinados grupos, aspecto bem evidente na atual polarização direita-esquerda da opinião pública brasileira. Nesse sentido, o eleitor não toma cuidados no momento da escolha de seus candidatos, pois não sabe avaliar corretamente propostas, coligações e ideologias partidárias, resultando em plenários e governos sem coesão, portanto, sem eficácia na resolução de problemas sociais. Ainda que o voto seja democrático e acessível, falta mudar a origem do problema, que é a falta de educação política do povo. Diante disso, o Ministério da Educação tem o dever de inserir no currículo escolar, desde as primeiras séries escolares, matérias introdutórias como ética, filosofia e sociologia, que serão substituídas, nas séries mais avançadas, por disciplinas ligadas ao conhecimento acerca do funcionamento do voto, da história dos partidos e da competência de cada um dos cargos para os quais o eleitor tem o poder de escolher os ocupantes. Por meio dessa reforma educacional política, os futuros eleitores poderão colocar no poder políticos que correspondam às necessidades da sociedade brasileira, exercendo, assim, a cidadania na melhor forma.