Ao longo do processo de consolidação da Idade Contemporânea, do século XVIII aos dias atuais, houve um evento que ficou marcado na história como uma mudança nos paradigmas laborais e na relação do homem com o meio ambiente - a Revolução Industrial. Nesse fenômeno, o advento das indústrias, além da queima dos combustíveis fósseis como forma de obtenção de energia, culminou em diversas modificações na atmosfera, alterando, assim, o clima. De maneira análoga, hodiernamente, sabe-se dos riscos dessas mudanças. Cabe à população e ao governo trabalharem em prol da minimização desses impactos por meio da fiscalização e da educação. É notável que grande parte dos agravantes climáticos decorrem da falta de responsabilidade socioambiental das empresas. Segundo um levantamento feito pelo Instituo de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mais da metade das empresas não apresentam ou não praticam atos que diminuam o impacto ambiental de suas atividades. Sendo assim, o poder público deve intensificar a fiscalização do dano gerado por esses empreedimentos, principalmente os que tratam diretamente com o meio ambiente, como as madeireiras e as indústrias que utilizam combustíveis fósseis. Outrossim, a desinformação da população a respeito de ações que prejudicam o planeta é um fator que promove as alterações climáticas. Dados do IBGE apontam que cerca de 20% dos concluintes do ensino fundamental não sabem como mudar seus hábitos diários em prol do meio ambiente. Ainda, ações como a queimada de lixo e a confecção de balões são frequentes no país, agravando ainda mais a situação ambiental, uma vez que o povo não tem consciência dos perigos dessas práticas. Além disso, segundo o conceito de modernidade líquida, do sociólogo polonês Zygmunt Bauman, a falta de diálogo entre as gerações é fator preocupante para as relações interpessoais e, por conseguinte, prejudica o planeta, uma vez que promove a concentração da informação. Infere-se, portanto, que o desafio enfrentado pelo Brasil no cenário das mudanças climáticas globais tem origens históricas, culturais e sociais. A fim de atenuar a problemática, o Poder Legislativo deve criar, votar e aprovar Propostas de Emendas Constitucionais (PECs) que realoquem mais dinheiro para órgãos de fiscalização, como a Polícia Federal, com o intuito de ampliar a fiscalização das empresas. Em consonância, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Comunicação pode contratar profissionais programadores, com o objetivo de criar aplicativos de celular que permitam ao cidadão denunciar casos de queimadas e extrações ilegais de madeira. Ademais, ONGs de cunho ambiental, como o Greenpeace Brasil, podem trabalhar em conjunto com o Ministério da Educação (MEC), reservando uma semana do calendário escolar para a realização de seminários a respeito dos perigos das mudanças climáticas, permitindo que os jovens possam ter o papel de atores sociais, instruindo familiares e amigos o que lhes foi ensinado. Dessa forma, os impactos da mudança climática seriam gradativamente mitigados, em detrimento de novas situações análogas às Revoluções Industriais.