O termo pedofilia foi utilizado pela primeira vez no final do século XIX como definição de transtornos sexuais em relação à atração por crianças e adolescentes. Hoje, o abuso sexual infantil é a segunda maior forma de violência contra menores no Brasil e, utilizando o ano de 2014 como referência, o governo federal recebeu uma média de 70 denúncias por dia. No entanto, diante do baixo destaque na mídia e a impunidade na justiça, os crimes aumentam anualmente e são cometidos tanto por pessoas conhecidas quanto como desconhecidas das vítimas. As leis referentes a tais ocorrências fixam períodos de reclusão de 8 a 30 anos de prisão, porém, muitos casos não são denunciados e quando são devidamente notificados e tratados na justiça caem no esquecimento devido ao pagamento de fiança ou à burocracia e lentidão do processo penal. Assim, em função da sensação de impunidade, os criminosos utilizam os chats, conteúdo pornográfico infantil disponibilizado em sites e se aproveitam da inocência dos jovens que, por verem nos adultos uma figura confiante, sofrem abusos em silêncio devido à falta de discernimento do que é certo ou errado. Já em relação à vítima, há o aparecimento de danos físicos e psicológicos como, por exemplo, lesões, DSTs (doenças sexualmente transmissíveis), desenvolvimento de quadros depressivos e comportamento antissocial. Outra questão diz a respeito do envolvimento dos pais e responsáveis já que, em muitas vezes, não há uma percepção devido à falta de comunicação com os filhos acerca do que acessam na internet e com quem se comunicam e, também, em relação às mudanças comportamentais. Em suma, apesar de ser uma realidade que afeta muitos brasileiros, pouco se tem feito e se debatido sobre a situação, logo ela ainda é vista como um assunto negligenciado. Entretanto, tal realidade pode ser alterada com a implementação de palestras escolares para informar tanto alunos em sala de aula à respeito da pedofilia, quanto aos responsáveis, em reuniões, com o intuito de alertar sobre os sinais deixados pelos abusos e os riscos da exposição e conteúdos na internet. Por fim, é primordial uma reformulação nas leis tornando-as mais rigorosas e restritas em relação ao direito à fiança e ao tempo decorrido do julgamento penal a fim de garantir uma juventude cada vez mais livre.