O filme “Spotlight: Segredos Revelados” – baseado em história real – trata de uma investigação feita por jornalistas editorias, a qual aos poucos revela uma série de relatos de pedofilia praticados por membros da Igreja Católica na cidade de Boston. Fora do cinema, no contexto brasileiro, a garantia da proteção de crianças e adolescentes se torna um desafio persistente, seja por questão histórica e social, seja pela exposição infantil na internet. A princípio, esta problemática não consiste apenas como um fato atual na sociedade brasileira. Desde o período colonial, abusos contra menores eram recorrentes aos nativos, desamparados de proteção a esse tipo de ato na época. Na contemporaneidade, de acordo com o Ministério de Segurança, os abusos apresentam um aumento de 3% ao ano. Desse modo, nota-se esse obstáculo como um problema enraizado no contexto brasileiro, o qual não é combatido ferindo a consonância social e a integridade infantil. Além disso, o avanço dos meios de comunicação tem facilitado a atuação dos agressores. De acordo com a Divisão de Atendimento ao Adolescente (DATA), entre sete crimes de pedofilia registrados mensalmente somente no estado do Pará, cinco estão relacionados à divulgação de material infanto-juvenil pornográfico. É inegável os benefícios que a internet trouxe, porém, um dos lados negativos é a enorme exposição de menores nas redes, a qual aumenta a vulnerabilidades dos pequenos ao contato com pedófilos e conteúdos inapropriados. Embora ocorram denúncias nesse contorno, há dificuldades em combater sites ilícitos e a atuação dos abusadores na internet, intensificando o problema da violência sexual na infância. Depreende-se, portanto, que o contexto persistente da pedofilia no Brasil aliado à utilização da internet no âmbito atualmente, potencializam a ocorrência dos casos. Nesse viés, cabe ao Estado, por parte do Poder legislativo, desenvolver leis tipificando como crime hediondo a violência infantil, para que haja decréscimo no índice de abusos. Ademais, a Secretaria de Segurança Virtual, por meio de aplicativos nas redes sociais, deve fiscalizar a permanência de menores online e denunciar casos identificados às delegacias especializadas, prevendo diminuir a insegurança de crianças na internet. Além do mais, escolas e ONGs devem promover debates dos limites na web, a fim de alcançar os pais e esclarecer a forma correta de manter os filhos conectados. Nesse sentido far-se-ia a manutenção da integridade das crianças e o desenvolvimento sem medos e traumas.