No final dos anos 90, os cinemas lotaram-se para assistir ao filme "Beleza Americana", que retratou o desejo sexual de um pai de família pela amiga adolescente de sua filha. Para muitos, foi mais um filme, mas por trás dele revela-se uma preocupação mundial. No Brasil, os casos de abuso a menores representam números alarmantes e as penas não são condizentes à seriedade da situação. As vítimas de pedofilia, por sua vez, sofrem consequências muitas vezes irreparáveis. Como crianças corrompidas e traumatizadas serão o futuro do país? A subversão de valores da sociedade acompanha o mundo desde sua origem. Tanto o homem antigo quanto o contemporâneo sempre utilizaram de força física e coerção psicológica para alcançarem seus objetivos. Pode-se evidenciar esse fato com os casamentos arranjados de crianças, tão famosos alguns séculos atrás, mas que perduram até hoje em muitas culturas. É indiscutível, desta forma, que os indivíduos perderam, há muito, sua concepção de humanidade. Logo, sendo participantes desta sociedade, as crianças devem ser educadas com base na realidade do cotidiano. As escolas não apresentam com clareza o que significam as formas de abuso psicológico e físico, os meios de reconhecimento e os tipos de ajuda e denúncia. Sendo ainda indivíduos em construção, as crianças muitas vezes não possuem maturidade e podem nunca saber que sofreram violência. É imprescindível, então, que as escolas atuem como educadoras nesse sentido. Também nesse panorama, o papel da família é fundamental na construção do sujeito e na fiscalização e prevenção de possíveis danos. O cotidiano estressante faz com que, muitas vezes, os pais não tenham conhecimento do que se passa com os seus filhos. O menor, por sua vez, é facilmente corrompido devido à imaturidade. Logo, a ausência dos pais somada à passividade no que concerne ao caráter educador desses, pode resultar na ocorrência de danos graves. Assim sendo, é emergencial a mudança desse cenário para a formação saudável e humanizada das nossas "belezas brasileiras". As escolas, em parceria com psicólogos, devem ser capazes de reconhecer, através de métodos de ensino, a ocorrência de violência. Além disto, a mídia deve atuar com publicidade maciça contra a pedofilia e na denúncia destes crimes. O governo deve, ainda, cobrar penas mais rígidas aos criminosos, bem como otimizar o rastreio através de órgãos especializados na busca e combate da rede de pedofilia buscando, dessa forma, tornar-se um país mais seguro para as crianças.