Título da redação:

Números Complexos

Tema de redação: O desafio do combate à pedofilia no Brasil Contemporâneo

Redação enviada em 08/05/2017

A divulgação de muitos casos de pedofilia no Brasil vem preocupando as autoridades e as famílias. Esse assunto, no entanto, ainda é um tabu para a sociedade contemporânea, o que, por sua vez, torna difícil o dialogo dentro e fora do lar bem como a denúncia do agressor. Nessa perspectiva, é essencial desvelar as nuances que envolvem o abuso infantil. Com esse intuito, o Departamento de Homicídios de Proteção à Pessoa divulgou uma pesquisa sobre o perfil dos pedófilos e suas vítimas, na qual 40% dos criminosos possuem algum grau de parentesco com a criança. Desta forma, torna-se um desafio combater a pedofilia dentro do ambiente doméstico, uma vez que não é fácil identificar ou até mesmo aceitar que algum familiar seja um abusador infantil. Ao mesmo tempo, o perfil da maioria das vítimas é de crianças menores de 13 anos, logo mais vulneráveis, pela fragilidade em compreender o que acontece bem como na dificuldade em revelar o abuso, pois existe o medo de serem desacreditadas ou punidas. Diante disso, tem-se um cenário com variáveis complexas que vão muito além da matemática. A evolução dos meios de comunicação, por outro lado, traz a internet como herói e vilão desse processo. Isso porque ao mesmo tempo em que é possível fazer novas amizades na segurança do lar, há também uma exposição do usuário pelas redes sociais, permitindo que pessoas anônimas conheçam a rotina e preferências de suas vítimas. Em vista disso, muitos pedófilos aproveitam-se desses meios para atrair crianças, o que torna esse fato ainda mais preocupante quando analisado os números da pesquisa, indicando que os outros 60% dos criminosos avaliados são indivíduos sem parentesco com a vítima. Esses números, associados ao drama vividos por quem sofre o abuso, trazem uma triste realidade que precisa ser combatida. O tabu da pedofilia, portanto, deve ser desmistificado através da discussão deste tema em todas as esferas sociais. Nesse sentido, surge também o desafio de empoderar as crianças de forma que sintam-se seguras para revelar qualquer tipo de abuso. Para tanto, os pais devem criar um ambiente confortável de diálogo sobre as dificuldades enfrentadas pela criança. Em associação, a escola pode atuar junto à família orientando os alunos a identificar atitudes consideradas abusivas e como buscar ajuda para o problema, por meio de palestras, cartilhas educativas e debates nas salas de aula. Além disso, o governo federal, em conjunto com a Sociedade Civil Organizada, podem divulgar campanhas nas mídias televisiva, jornais e nos centros comunitários, orientando sobre o cuidado com a exposição excessiva dos jovens nas redes sociais, e como os pais podem acompanhar a rotina cibernética dos seus filhos. Essas atitudes podem, a longo prazo, reduzir as estatísticas de abuso infantil e trazer mais segurança para a vida dos pequeninos.