O livro "Lolita", do escritor russo Vladimir Nabok, relata a história de Humbert Humbert, um homem de meia idade que se casa com uma mulher para se aproximar da filha dela, Dolores, de doze anos, apelidada por ele de Lolita. Entretanto, após a morte da esposa, ele começa a manipular a menina em troca de favores sexuais, até que finalmente a garota consegue escapar. Casos como os descritos no livro causam repúdio, mas também ocorrem no Brasil contemporâneo, sendo um desafio combatê-los devido à proximidade dos agressores com as vítimas e os avanços da tecnologia. Segundo dados divulgados pela 4ª delegacia de repressão à pedofilia do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), as principais vítimas de abuso sexual são meninas, com idade entre sete e treze anos, fase em que ainda não entendem o significado dessas ações. A fonte também mostra que 40% dos pedófilos são membros da família da vítima, motivo pelo qual o combate torna-se ainda mais difícil, já que as crianças, quando revelam os abusos, são desacreditadas ou reprimidas por outros familiares, mantendo o caso em segredo. Somado a isso, as redes sociais, como o Whatsapp e o Facebook, facilitaram o contato entre pedófilos e crianças, uma vez que os pequenos utilizam esses meios de comunicação sem a supervisão dos pais e conversam com desconhecidos sem desconfiar de más intenções. Além disso, os avanços tecnológicos possibilitaram o acesso a fotos e vídeos de pedofilia de maneira mais simples com a utilização da internet. Todavia, cabe salientar que hoje, com o auxílio de um software norte-americano, já é possível rastrear os indivíduos que baixam esses conteúdos e prendê-los, sem a necessidade de uma denúncia. Fica evidente, portanto, que medidas são necessárias para combater a pedofilia no Brasil. Por isso, os pais devem permanecer atentos, participando da vida dos filhos e conhecendo suas companhias, além de impor limites e monitorar o conteúdo acessado pelos pequenos. Também é essencial a participação da escola, principal ambiente de convívio social das crianças, alertando-as da importância de relatar aos pais e professores sobre qualquer abuso. Por fim, é dever do Estado garantir que os infratores sejam presos e punidos, para enfim, evitar que outras crianças, como Lolita, sejam privadas da sua infância.