A pedofilia é uma mazela que atinge a população brasileira há varias décadas e tem sido abordada corriqueiramente nas discussões sociais do país. Segundo dados do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), cerca de quarenta por cento dos autores deste crime são parentes das vítimas, demonstrando assim a alta gravidade deste problema para a sociedade. Dentre os desafios encontrados pelas autoridades no combate à pedofilia, faz-se imprescindível destacar o advento da internet na vida dos menores de idade e a influência de ideologias patológicas na formação de um pedófilo. É evidente que o advento da internet na Terceira Revolução Industrial trouxe inúmeros benefícios ao mundo, mas é necessário destacar também os empecilhos que tal tecnologia proporcionou no âmbito das situações de pedofilia, visto que essa facilitou as relações e manipulações de criminosos quanto às vítimas. Neste contexto, o grande problema a ser salientado se deve a aplicação dos mecanismos de criptografia nas conversas virtuais, dificultando assim as investigações nestes casos e, consequentemente, não tomando as devidas punições aos pedófilos. Como Pierre Bourdieu, sociólogo francês, evidenciou em seu estudo sobre o Capital Cultural, certas ideologias são repassadas de geração a geração por meio da influência de grupos sociais como a família e a escola. Este pensamento pode ser ilustrado com base na vida de um adulto pedófilo, visto que, na infância, este pode ter sido alvo de maus tratos, ter sido alimentado com atos machistas, pois a maioria das vitimas são mulheres, ou ter tido um forte apelo sexual por parte das pessoas com quem ele conviveu. Deste modo, todas essas situações acabaram por influenciá-lo a praticar tais atrocidades na vida adulta. Faz-se oportuno, portanto, que, prezando pela privacidade de todos quanto ao uso das redes sociais, o Ministério da Educação, as redes midiáticas e as desenvolvedoras de aplicativos promovam aulas, diálogos e mecanismos que deem suporte aos pais na fiscalização dos seus filhos no uso deste mundo virtual, como a adoção de uma ferramenta que dê aos pais alertas em seus celulares de pessoas desconhecidas que começarem conversas com seus filhos. Por fim, cabe também ao Ministério da Educação o acompanhamento detalhado da vida de menores que sejam suspeitos de obter ideologias nocivas fora da escola para que não se tornem pedófilos no futuro.