Assim como a personagem Lolita, do livro homônimo de Vladimir Nabokov, a problemática pedofilia assola o Brasil contemporâneo. Nesse contexto, é de extrema importância analisar o impasse, que possui raízes no caráter psicossocial dos agressores e na vulnerabilidade infantil, com intuito de encontrar formas de combate para tal. Publicado na década de 50, o livro de Nabokov é narrado por Humbert, homem de 40 anos, que descreve a “paixão vivida por ele e Dolores”, menina de apenas 12 anos, apelidada de Lolita. Entretanto que construção textual, romantizada, falaciosa e parcial demonstra a todo o momento seu caráter duvidoso, conduzindo o leitor à real interpretação da mente doentia do pedófilo. Nesse contexto, é incontrovertível que, via de regra, a pedofilia é causada, de acordo com a psicanálise, por distúrbios na psique e caráter do indivíduo, resultante de fatores biológicos e relativos à criação. Nesse sentido, cabe ao Ministério da Saúde a inserção de um projeto, que realize exames anuais, para o acompanhamento psicológico dos cidadãos, como forma de mapear aqueles que ofereçam risco à sociedade e tratá-los. Sob a mesma óptica, de acordo com Delegacia de repressão à pedofilia 40% dos abusos infantis são praticados por familiares ou pessoas próximas, isso se dá pela posição de vulnerabilidade da criança, que muitas vezes não entende, não tem apoio ou coragem para contar o ocorrido. Destarte, cabe à família o acompanhamento da vida dos seus filhos, e a criação de um ambiente familiar aberto à discussão de tal assunto. Dessa forma a pedofilia se restringirá à literatura e a sociedade caminhará para o respeito e cuidado à criança e adolescência.